Notícias de João Pessoa, paraíba, Brasil

Em crise, UEPB adia início do período letivo para alunos novatos

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

A Reitoria da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) adiou o início do período letivo 2018.1 dos alunos novatos para 2019. O adiamento do início do período letivo faz parte de várias medidas adotadas pela UEPB, em caráter de urgência,  visando “garantir a manutenção dos serviços e ações essenciais, bem como evitar a insolvência da Instituição”, evitando “que a Universidade enfrente uma realidade ainda mais drástica, de insolvência financeira que poderia, inclusive, comprometer pagamento de servidores docentes e técnico-administrativos, bem como a manutenção de atividades essenciais”.

Entre as medidas tomadas através da Portaria UEPB/GR/0667/2018,  divulgada ontem (18), estão o adiamento do início do período letivo 2018.1 dos alunos novatos para 2019, a revogação da Portaria de turno contínuo de trabalho dos técnicos administrativos, suspensão da concessão de afastamento de servidores para capacitação, suspensão de mudança de regime de trabalho de docentes e técnicos, entre outras.

Também ficou determinado que, no prazo de 60 dias, as chefias de departamentos encaminhem à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) a relação dos docentes cuja carga horária efetiva de trabalho esteja incompatível com os respectivos Regimes de Trabalho, a fim de que seja encaminhada ao Conselho Universitário (Consuni) a proposta de revisão do Regime de Trabalho, se for o caso.

O conteúdo da decisão foi apresentado pelo reitor Rangel Junior aos diretores de Centros da Universidade, em reunião realizada na manhã da segunda-feira (17), no Gabinete da Reitoria, no Câmpus de Bodocongó, e recebeu apoio unânime dos gestores. Conforme explicou o reitor, as deliberações visam, ainda, o não fechamento de nenhum câmpus da UEPB. “Mesmo que o governo indique que devemos fechar alguns Centros, temos a opinião contrária ao fechamento de qualquer câmpus. Podem até cogitar isso para depois de 2020, mas até lá nossa posição é de que não fecharemos nenhum câmpus”, assegurou Rangel.

Rangel destacou que vem comunicando ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), ao longo dos últimos meses, sobre a impossibilidade da Universidade lidar com o limite financeiro imposto de maneira arbitrária pelo Governo do Estado, que não condiz com as necessidades básicas de manutenção e de investimento da Instituição, uma vez que, em termos comparativos, com base no que se estabelece no art. 3º da Lei 7.643/2004, o percentual da Receita Ordinária executado em 2017 (3,88%) é quase equivalente ao inicialmente previsto no texto da citada norma, publicada no ano de 2004 (3%), quando a UEPB possuía apenas quatro câmpus, apresentava baixo percentual de mestres e doutores, não possuía nenhum programa de Mestrado e Doutorado recomendado pela Capes e possuía uma tímida política de investimento em bolsas (iniciação científica, extensão, política de apoio aos estudantes, entre outras), por exemplo.

A Portaria leva em consideração que a realidade orçamentária e financeira vivenciada pela Instituição, desde o ano de 2010, se cronificou no presente ano, comprometendo, de forma objetiva, a manutenção e a continuidade das ações básicas da Universidade. O documento cita, ainda, que se tomado como referência o ano de 2009 – quando o percentual da Receita Ordinária aplicado na UEPB foi de 5,24% – constata-se que houve um progressivo declínio desse percentual nos anos subsequentes, com drástica redução para 3,88% em 2017, como reflexo de uma ação governamental intencional de encolhimento orçamentário e financeiro, de modo a impor uma redução no tamanho da Universidade.

Segundo o reitor Rangel Junior, caso não fossem adotadas essas medidas emergenciais, inadiáveis e de fortes repercussões acadêmicas e sociais, a UEPB poderia ser levada a uma situação de insolvência de consequências imprevisíveis, já no segundo semestre deste ano. Para a Administração Central da Universidade, é necessário ajustar o custeio e os poucos investimentos à grave realidade orçamentária imposta pelo Governo do Estado, a fim de garantir a manutenção dos serviços e ações essenciais da Universidade, evitando, assim, a adoção de medidas ainda mais extremas.

Vale ressaltar, ainda, que o Governo do Estado descumpriu tanto a Lei 10.850/2016 (LOA 2017) quanto a Lei 7.643/2004, ao anular os créditos orçamentários da UEPB em 30 de dezembro de 2017, em Decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) somente em 9 de fevereiro de 2018, no valor total de R$ 28.526.075,00, impondo à Instituição o descumprimento de obrigações de pessoal e encargos junto à Paraíba Previdência (PBPrev), à Receita Federal do Brasil e ao INSS, com a iminência de inclusão da UEPB, a partir de 1º de julho de 2018, no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal (CADIN), cujos resultados negativos alcançarão todo o Poder Executivo Estadual, fato já devidamente informado aos setores competentes do Governo Estadual.

O documento com as deliberações emergenciais ressalta a responsabilidade da Reitoria na execução do orçamento e consequente prestação de contas aos órgãos de fiscalização e de controle externo, bem como o dever que lhe incumbe, no sentido da adoção de medidas que evitem que a Universidade enfrente uma realidade ainda mais drástica, de insolvência financeira que poderia, inclusive, comprometer pagamento de servidores docentes e técnicos administrativos, bem como a manutenção de atividades essenciais.

De acordo com o vice-reitor, professor Flávio Romero Guimarães, as medidas terão efeito político e gerarão repercussões sociais muito grandes, mas que precisam ser tomadas desde já, para que a UEPB não corra o risco de enfrentar uma situação pior do que a situação que foi enfrentada, ao longo dos últimos dois anos, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), por exemplo. “Precisamos assumir as responsabilidades de forma solidária e que todos se conscientizem de que podem colaborar neste processo. Esta é a única saída para que não ocorram danos maiores de médio e longo prazo para a Instituição”, salientou.

Professor Rangel Junior considerou fundamental o apoio integral dos diretores e diretoras presentes na reunião desta segunda, no sentido de todos terem compreendido a dimensão crítica do problema. O reitor disse esperar que a comunidade universitária como um todo também tenha a mesma compreensão em relação às dificuldades vivenciadas e faça um esforço para preservar o que há de mais importante, que é a Universidade, pois essas medidas são imposições de uma situação financeira de extrema restrição pela qual o Governo do Estado está obrigando a UEPB passar.

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Após agressão, Ulisses Barbosa é internado e precisa de doação de sangue

Anteriores

Poste, queda

Postes caem na Rua da República e trânsito é bloqueado

Policiais 2

Concurso da PM: homens e mulheres terão igual redução de tempo em prova

PM, viatura passando

Dois homens morrem e dois ficam feridos durante troca de tiros com policiais

ambevviamao (1)

Ambev para a produção de cerveja para envasar água potável para o Rio Grande do Sul

cidaramos1

Cida Ramos presta solidariedade a Cláudia Carvalho contra ataque de deputado

danniloalpb

Jornalista Danilo Alves recebe título de cidadania paraibana

sebraepb1 (1)

NEon: Sebrae lança maior evento de empreendedorismo e inovação na Paraíba

joaobsb1 (1)

João Azevêdo solicita investimentos em segurança hídrica em reunião no Ministério da Integração

alpb0705 (1)

ALPB aprova projeto que reconhece portadores de fibromialgia como PCDs

agentedengue (1)

João Pessoa reduz número de casos notificados de arboviroses