O líder sindical José Maria de Almeida, o Zé Maria, que disputa a presidência da República pelo PSTU, está em João Pessoa desde o início da manhã. Ele conversou com o Parlamentopb e explicou uma de suas teses mais polêmicas: o motivo pelo qual defende a extinção da Bolsa Família, um dos carros-chefe do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
– Não é possível que uma família viva com dignidade recebendo R$ 130 por mês. O presidente Lula gasta muito mais do que isso por dia. O que o Estado tem que fazer é garantir a oferta de empregos para todos. A Bolsa Família só tinha sentido como uma política emergencial para socorrer aqueles que estavam passando fome, mas tanto Dilma quanto Serra e Marina querem, cada um, expandir ainda mais esse benefício que não resolve nada.
Para Zé Maria, a solução para diminuir as desigualdades sociais no Brasil seria o calote na dívida externa:
– Se pararmos de pagar a dívida externa, ou eterna, vai sobrar dinheiro para investir no Brasil e garantir empregos para todos. O Governo, ano passado, usou R$ 11 bilhões com o Bolsa Família e repassou mais de R$ 380 bilhões para os bancos internacionais. O Brasil produz riqueza, mas o problema é que ela não é compartilhada com os pobres. Queremos inverter as prioridades. Vamos deixar de pagar aos bancos para investir no que é básico: saúde, educação e segurança.
Em seu raciocínio, Zé Maria ainda citou o exemplo da companhia Vale do Rio Doce e disse que a empresa ganha, em média, R$ 1 milhão ao ano com o trabalho de cada empregado. Em contrapartida, gasta com cada um aproximadamente R$ 30 mil, incluindo todos os encargos trabalhistas e os salários:
– Por que uma empresa como essa não pode oferecer um salário digno, se o lucro é tão alto? – indagou.
Zé Maria visitou pela manhã o Sindicato dos Correios e depois seguiu para uma série de visitas aos veículos de Comunicação do Estado. À tarde, ele tem um encontro com as lideranças dos serventuários da Justiça e à noite, às 19h30, participa, junto com o candidato ao Governo Marcelino Rodrigues (PSTU) de um debate com lideranças sindicais, no Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, na rua Duque de Caxias, no Centro da capital.