O deputado federal Wilson Braga (PMDB) concedeu ontem à noite uma entrevista rara ao programa Bastidores, da TV Master. Braga, que é avesso à exposição na mídia, se sentiu tão à vontade na conversa com o apresentador, Padre Albeni Galdino, que se permitiu falar sobre temas melindrosos, como o Caso Paulo Brandão. A morte do jornalista e sócio do Sistema Correio, em 1984, foi atribuída a uma punição governamental pelas críticas que o Sistema fazia à gestão de Braga, que era governador à época.
"Outro dia eu conversei com o ex-prefeito Carneiro Arnaud e ele dizia que me conhecia e sabia que eu jamais seria capaz de fazer uma coisa daquelas. Eu não tive qualquer responsabilidade nisso. Fui injustiçado e é muito doloroso pagar quando não se deve. Fui vítima de uma campanha sórdida de imprensa", declarou Braga.
A entrevista foi uma espécie de retrospectiva da vida do ex-prefeito e ex-governador da Paraíba. Ele falou ainda de assuntos mais amenos, como o dia em que conheceu a esposa, Lúcia Braga, durante um Congresso da UNE. E também falou sobre alguns políticos com os quais tem amizade. Wilson elogiou o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), a quem atribuiu uma ótima gestão, e também falou da atenção dedicada a ele pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB): "Ele me tem muita atenção. Quando meu filho [Marcelo] morreu, ele me prestou toda solidariedade e até se ofereceu para pagar pelas despesas do tratamento", disse.
No final da entrevista, o apresentador, declarado fã de Braga, beijou a testa e as mãos do ex-governador e não conteve as lágrimas.
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