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Você ‘tá com a peste, rapaz?

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De modo mais evidente no ano passado, 2018, vivemos (e ainda estamos) um fenômeno muito curioso: de um momento para o outro, mas sem que tenha sido de um momento para o outro, abriu-se a caixa de Pandora. A cizânia espalhou-se e está fazendo estrago. Parece que o mundo se dividiu em duas partes. As cores perderam todas as nuances possíveis. Restaram apenas duas. E quem não é de uma cor, é da outra.

Dois únicos lados e um muro.

A raiva tomou conta. O ódio pulou pra fora da jaula, dentes à mostra.

Isso tem um nome. O psicanalista Wilhelm Reich chamou de “Peste Emocional”.

É a presença de uma certa irracionalidade, uma atitude destrutiva, individual ou de grupo, causada pela frustração, pela repressão, pelo distanciamento da nossa natureza livre, da espontaneidade, que se expressa na forma de condenação, ridicularização ou menosprezo.

Num nível, digamos assim, mais comum, a peste emocional pode ser vista em pequenos atos de “maldade” que observamos na vida cotidiana, como a fofoca; ou a agressividade, como insultos no trânsito, brigas num jogo de futebol, piadas desrespeitosas com as minorias: mulheres, gays, negros etc. um tipo de adoecimento, cujo protagonista é o preconceito, lamentavelmente, ainda considerado aceitável no meio social.

Num outro nível, também comum, porém mais intenso, o suposto sentimento de superioridade sobre o outro é capaz de produzir atos graves de ataque moral ou físico, chegando inclusive ao assassinato. Homens que estupram ou agridem fisicamente mulheres que não querem se submeter ao comando machista; heterossexuais que ridicularizam, espancam ou matam gays que não querem se submeter ao comando da repressão e da negação da sua verdade afetiva e sexual; a supremacia branca que não suporta negros que não querem se submeter ao chicote da subserviência histórica; religiões que “satanizam” credos que não sejam os seus.

No nível mais agudo, a peste emocional torna-se epidêmica. É o que acontece em momentos históricos críticos, como as guerras. Em nome do poder, do capital, da religião e da nação, a integridade dos que estão do outro lado, fica profundamente ameaçada. Valores éticos são postos à prova e atrocidades são justificadas em nome de um “ bem maior”. Ku Klux Khan se autoriza exterminar negros; o nazismo justificando extermínio de judeus; índios mortos por estarem na contramão do crescimento econômico. A cultura, a ciência, a arte são censuradas e tolhidas se não estiverem em acordo com o ideologia do poder.

A história é cíclica . Cada época apresenta instrumentos peculiares ao seu momento. As redes sociais hoje são um forte exemplo do nosso adoecimento. Um festival de horrores. A polarização política que estamos vivendo, provocou uma guerra dentro dos nossos redutos mais atávicos de confiança. A família e os amigos. Os grupos de WhatsApp se transformaram em arenas de relações perigosas. Estamos todos perdendo. E estamos nos perdendo uns dos outros. Como na música de Paulinho da Viola, “…mas é preciso viver, e viver não ‘tá’ brincadeira não, quando o jeito é se virar, cada um trata de si, irmão desconhece irmão”… e tia e pai e amigo e colega de trabalho…

Não à toa, cansados e anêmicos, alguns começam a tentar entender por quais meios vamos recuperar a saúde.

Qual o remédio que se toma para escapar da peste?

Eu tenho uma pista e ela vem do próprio Reich: “O amor, o trabalho e o conhecimento são as bases da vida. Deveriam também governá-la”.

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