O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) lastimou, nesta sexta-feira (16), que seu estado, cujo grande atrativo turístico era a tranquilidade, seja hoje o sexto mais violento do país. Ele disse que a Paraíba, que há dez anos ocupava o vigésimo lugar no ranking nacional da violência, subiu 14 posições nessa escala. O senador pretende levar esses números ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e cobrar uma intervenção.
– Eu queria falar da minha preocupação, da minha indignação contra esse estado de coisas, responsabilizar diretamente o governo do estado e chamar à responsabilidade o governo federal. Esta semana, devo me encontrar com o ministro da Justiça, para, usando as minhas responsabilidades, minhas atribuições como senador da República, cobrar uma intervenção na segurança do meu estado. Uma intervenção é o mínimo que eu posso cobrar ante a falência do sistema de segurança pública do meu estado.
Vital do Rêgo disse que o normal seria crescerem os empregos e os investimentos na Paraíba, mas o que a população tem visto, alarmada, é o crescimento da violência.
– Subimos 14 posições e hoje somos um estado mais violento do que São Paulo e Rio de Janeiro. Dá para acreditar?
O parlamentar atribuiu esse agravamento da violência à imobilidade do governo e à falta de enfrentamento da situação econômica. Em sua avaliação, hoje, ao invés de importar recursos, a Paraíba importa criminosos. Como exemplo, referiu-se à notícia de que o traficante "Nem" (ex-chefe do tráfico na Rocinha, no Rio de Janeiro) estava tomando providências para migrar para João Pessoa.
Nessa análise do aumento da violência, Vital do Rêgo também disse que a Paraíba é o terceiro estado brasileiro em número de homicídios praticados contra pessoas negras. Ele observou que os assassinatos de mulheres ocupam o quarto lugar nos registros policiais. E mais: hoje, na Paraíba, uma pessoa é morta a cada seis horas, o que resulta numa média de quatro assassinatos por dia. Nos finais de semana, acrescentou ele, essa média sobe para 18 assassinatos, na maioria dos casos, envolvendo jovens entre 14 e 16 anos, com alguma ligação com o trafico de drogas.
Agência Senado