O vice-presidente do PT estadual, Anísio Maia, encaminhou ao Parlamentopb um email no qual critica a forma pela qual estão sendo conduzidas as articulações dentro de seu partido para viabilizar uma alternativa à exclusão do vice-governador Luciano Cartaxo da chapa majoritária. Segundo ele, a maioria da direção do PT tenta esconder a crise, mas a relação com o PMDB tem gerado problemas entre a militância:
"O que é pior é qualquer pessoa que ouse fazer alguma critica é logo taxado de “Ricardista”. Só são ouvidos os que juram fidelidade canina ao projeto traçado. Como meu DNA é incompatível com qualquer forma de submissão vou continuar falando. A forma como Luciano Cartaxo foi tratado pelo PMDB foi no mínimo desrespeitosa. Mas não é só nosso vice que foi discriminado, na maioria das cidades do interior os nossos companheiros estão sendo tratados da mesma forma. A militância do PT está literalmente alijada de uma participação significativa no governo. Hoje ex-integrantes do "Cassismo" e outros adesistas de última hora tem mais prestígio no governo do que qualquer militante do PT. Aliás, é o PT que está pagando o ônus das alianças do PMDB. Na hora de abrir espaço para adesões, nenhum peemedebista abre mão dos seus espaços, a vitima termina sendo o PT. É assim no interior e foi assim com Luciano Cartaxo", narra Anísio.
Em sua correspondência, o vice-presidente do PT cita casos concretos em que os petistas têm sido "triturados" por peemedebistas: "Os petistas reivindicam espaços na administração e recebem um não do governo. Em seguida, vem um deputado do PMDB e oferece este mesmo espaço, só que numa condição, eles têm que apoiá-los em detrimento dos candidatos do PT. Para não me desmentirem vou citar alguns municípios onde eu fui testemunha desta chantagem contra nossos militantes: Aguiar, Teixeira, Maturéia, Coremas, Mamanguape e etc. Que tipo de aliado é este? A chantagem se estende também aos municípios. Os petistas que compõem várias administrações do PMDB estão sendo forçados a apoiar os candidatos a deputados dos prefeitos em um verdadeiro estupro político. Fica a pergunta, quem ganha com esta política? Concluindo. A forma como está sendo conduzida esta coligação pode estar muito boa para um pequeno grupo de petistas, mas para a imensa maioria dos militantes do partido está muito ruim".
Ontem, em entrevista à Rede Paraíba Sat, reproduzida pelo Parlamentopb, o secretário de Articulação Governamental, Anselmo Castilho, negou que Luciano Cartaxo tivesse sido excluído da chapa majoritária e ainda atribuiu à falta de tempo do colega o fato dele não ter sido mantido ao lado de José Maranhão. Anselmo propõe que o PT elabore uma lista contendo nomes de seus representantes, mas que não imponha tempo ou cargos na composição capitaneada pelo PMDB paraibano.