O vice-prefeito do município Sapé, Melcíades José de Brito, negou hoje que tenha agido com intolerância religiosa ao determinar o fechamento das atividades religiosas do Terreiro de Umbanda Sete Flechas. Melcíades rechaçou as acusações de perseguição religiosa, racismo ou truculência, que lhe têm sido atribuídas desde a decisão e alegou ter recebido queixas de muitos moradores do Loteamento Cidade Cristã por causa do barulho que ocorria durante as madrugadas, quando o terreiro utilizava até caixas de som nas manifestações religiosas. Os moradores teriam procurado o pai de santo conhecido como Ivanildo, mas as tentativas de acordo foram em vão.
O vice-prefeito disse que serviu apenas de intermediário dos moradores e levou o fato ao conhecimento do Ministério Público. Ainda segundo Melcíades, a promotora de justiça da comarca de Sapé, Sandra Regina Paulo Neto, solicitou que o município, através do poder Executivo, usasse o poder de polícia, para investigar a legalidade do terreiro religioso e, em havendo irregularidades, providenciasse a suspensão das atividades do mesmo até a regularização.
Melcíades ainda ressaltou que o terreiro não tinha CNPJ, Alvará ou qualquer licença para exercer sua atividade. "A prefeitura atendeu ao Ministério Público e suspendeu as atividades do terreiro clandestino, e mesmo se tivesse tudo regularizado, os integrantes dos cultos religiosos ainda teriam que respeitar a Lei do Silêncio, que impede qualquer pessoa ou entidade de fazer barulho durante altas horas da noite. Os moradores já tinham tentando um acordo com eles, mas o apelo foi ignorado e por diversas vezes a polícia já tinha ido ao local para intervir no barulho das atividades do terreiro. Até agora nenhuma entidade me ouviu sobre o acontecimento. Estou à disposição para qualquer esclarecimento sobre o ocorrido”, enfatizou Melcíades Brito.