O prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), virou "persona non grata" em Belém por decisão dos 35 vereadores da capital paraense. A expressão latina refere-se a quem não é bem-vindo em algum lugar.
Por unanimidade, os vereadores aprovaram na terça-feira (22) manifesto de repúdio "pela sua atitude discriminatória contra o povo paraense, quando se referiu diretamente de forma pejorativa a uma cidadã paraense".
Na segunda-feira (21), Mendes visitava uma área de risco de desabamento na periferia de Manaus quando uma moradora disse que vivia ali porque não tinha outra opção. Ele respondeu "Minha filha, então morra, morra, morra!".
Leia mais sobre o caso clicando aqui
Em seguida, o prefeito perguntou a origem da moradora. Ela disse que é paraense, e ele afirmou "Então pronto, tá explicado".
Para a Câmara de Belém, o comportamento é contrário às normas constitucionais, "somando-se à ofensa da dignidade humana, estendendo-se à soberania nacional do Estado Democrático de Direito".
GOVERNO ESTADUAL
Em nota, o governo do Pará declarou ontem que considera "deplorável" que uma autoridade eleita pelo povo mostre "desequilíbrio e destempero" diante de um "grave problema social".
"Não satisfeito em dizer à mulher "morra", o prefeito, ao saber que ela é paraense, destilou ironia e sarcasmo", diz a nota.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Manaus argumentou que Amazonino foi provocado pela moradora e que não mora na localidade.
Após o episódio, o prefeito declarou que "compreende" a indignação da moradora. Mas falou que havia "gente instruída por grupos políticos para criar clima, criar problema, desviar a atenção da realidade".
Folha Online