O vereador Geraldo Amorim (PDT) propôs na semana passada a realização de uma sessão especial para discutir a violência nas escolas de João Pessoa. E ele fez um alerta: os professores estão sendo ameaçados pelos alunos e estão com medo de dar aulas. O parlamentar declarou que foi informado sobre um professor que foi agredido por um aluno e que, na hora de assinar o boletim de ocorrência, não teve coragem, por medo das represálias que poderia sofrer. Geraldo acrescentou que vai agendar uma data para realizar uma sessão especial ou audiência pública para discutir com a Secretaria da Educação do município a violência dentro das escolas.
As informações de Geraldo foram confirmadas ao Parlamentopb pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa, Daniel de Assis. Ele informou que recebeu uma diretora cujo relato era de ameaça de morte. "Ela fez um boletim de ocorrência e vamos encaminhar o caso à Prefeitura e à Secretaria de Segurança. Sabemos que existe a violência entre alunos e professores. Isso acontece porque o professor acumula muitas funções, de pai e de professor, de impor limites. Isso tem trazido alguns grandes problemas nas salas de aula", disse ele.
O nome da diretora que foi ameaçada não foi revelado, mas ele contou que há suspeitas de que ela tenha sido retaliada porque tentou coibir o tráfico de drogas em uma escola municipal.
A secretária municipal de Educação, Ariane Sá, informou que tomou conhecimento de alguns casos de violência, mas acrescentou que a Secretaria evita interferir na rotina das escolas: "A maioria dos problemas vem da relação entre os professores e alunos. Nós costumamos comparecer à escola e facilitar o diálogo. Quem resolve a questão, na verdade, são os professores. Só em casos extremos, nós interferimos".
Apesar disso, Ariane admitiu que há escolas que sofrem diretamente a ação de grupos criminosos. Segundo ela, no Alto do Mateus, há um toque de recolher estabelecido: "Eles [os bandidos] respeitam apenas quem está saindo da escola. A situação lá é complicada, mas, eles fazem uma exceção para os alunos, funcionários e professores", disse.
A secretária disse que iria acompanhar o caso da diretora ameaçada e informou que a transferência dela para outra unidade pode ser efetivada, caso a profissional prefira.