Venezuela expulsa diplomatas de sete países latino-americanos após eleição

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

O chanceler da Venezuela, Yván Gil, publicou um comunicado nesta segunda-feira (29) no qual determina que os governos de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai devem retirar seus representantes diplomáticos do território de seu país.

No texto, Gil afirma que esses governos estão subordinados aos Estados Unidos e realizaram ações e declarações de ingerência em assuntos internos de Caracas.

Na mesma nota, a chancelaria venezuelana afirma que o regime do ditador Nicolás Maduro vai retirar todos os seus diplomatas das respectivas missões em que atuam nesses países.

“A República Bolivariana da Venezuela expressa seu mais firme repúdio diante das ações de ingerência e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e comprometidos abertamente com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional, tratando de reeditar o fracassado e derrotado Grupo de Lima, que pretendem desconhecer os resultados eleitorais”, lê-se no comunicado. O Grupo de Lima foi formado por países que se uniram para pressionar o regime de Nicolás Maduro.

“O governo bolivariano enfrentará todas as ações que atentem contra o clima de paz e a convivência que exigiram tantos esforços do povo venezuelano, razão pela qual somos contrários a todos os pronunciamentos de ingerência e de assédio com os quais, de forma reiterada, tentam desconhecer a vontade do povo venezuelano.”

Os países citados por Gil são críticos a Maduro e questionaram os resultados oficiais divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Javier Milei, presidente da Argentina, chamou Maduro de ditador e afirmou que a oposição teve uma vitória acachapante. Já Luis Lacalle Pou, líder do Uruguai, afirmou que o processo eleitoral venezuelano é alvo de manipulação.

Parte desses governos articulou ainda uma reunião na OEA (Organização dos Estados Americanos), convocada para esta quarta-feira (31), para discutir o pleito na Venezuela, que eles descrevem como um motivo de profunda preocupação.

A articulação na OEA, liderada pelo Equador, visa a uma declaração conjunta dos governos de Paraguai, Argentina, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai. Numa mensagem publicada nas redes sociais, esses governos afirmaram estar profundamente preocupados e exigiram a revisão completa dos resultados na Venezuela com a presença de observadores eleitorais independentes.

Na madrugada desta segunda, o CNE —controlado pelo chavismo— anunciou que o ditador Nicolás Maduro havia vencido as eleições de domingo. A divulgação foi rapidamente contestada pela oposição e por um grupo de líderes regionais.

Horas depois, Maduro foi proclamado presidente eleito para um terceiro mandato pelo CNE. “É irreversível”, disse o líder do regime em Caracas.

O governo Lula (PT), que tem laços históricos com o chavismo, defendeu que o CNE divulgue as informações das mesas de votação. Em uma nota, o Itamaraty não parabenizou Maduro e pediu a publicação de “dados desagregados por mesa de votação”.

Ainda de acordo com o Itamaraty, tal medida representaria um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”. No mesmo comunicado, a pasta saudou o “caráter pacífico da jornada eleitoral” e disse acompanhar com atenção o processo de apuração.

“[O governo] reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, diz.

Enviado do Planalto para acompanhar a votação, o assessor para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim, esteve nesta manhã em reunião com os observadores eleitorais do Carter Center.

Depois, tinha reunião marcada com o painel de especialistas ligados à ONU (Organização das Nações Unidas). Os especialistas da ONU não têm mandato para manifestar juízo público sobre a condução das eleições. Eles devem produzir um relatório confidencial sobre aspectos gerais do processo eleitoral.

Amorim disse nesta segunda que nem o regime nem a oposição comprovaram suas afirmações de vitória. “A gente tem que ter uma verdade verificada. É uma norma de desarmamento básica: confie e verifique”, disse à Folha. “O resultado só pode ser verificado quando o resultado das várias mesas [de votação] for divulgado. Não basta dar um número geral.”

 

 

 

Folha Online

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Fraternidade Sem Fronteiras realiza encontro em João Pessoa com grandes nomes e programação cultural

Anteriores

d1ee34f1-6847-40a2-a698-be3c9fe6b6d1

Propaganda partidária 2025: prazo para legendas pedirem veiculação termina em 14/11

WhatsApp-Image-2024-11-07-at-3.49.22-PM

Presidente da ALPB revela que LOB da PM chegará em breve na assembleia

96d5154d-d3b0-46b9-b22d-b17659c21330

Ação conjunta entre PRF e Polícia Militar tira de circulação 10kg de crack em Santa Rita

14f33e54-beb5-4c32-adb8-91a26a6239b5

DER tem prazo de 30 dias para comprovar com documentos despesas da ordem de R$ 192,8 mil

838ba0ce2b752e555cdca92adf1bfb18-1-scaled

Parlamentar celebra autorização de obras de pavimentação na Comunidade Santa Bárbara

9d4c49f66384a91becc6ff525ad793a8-scaled

Vereador sugere criação de Mapa da Solidariedade para incentivo ao trabalho voluntário

PHOTO-2024-11-06-13-06-30

Convênio entre Cofeci e Sebrae beneficiará 650 mil corredores de imóveis e 92 mil empresas imobiliárias

imagem_2024-11-07_152143424

MPE requer cassação de diplomas de prefeita, vice e de vereador eleitos, em Mulungu

ea5575_ce5b4367f5194d0d9120d918fabff9b4~mv2

Paulo Maia demonstra que acusações de assédio são frágeis: “Pura manobra política”

WhatsApp-Image-2024-11-07-at-10.49.03-AM

Polícia Militar prende dupla suspeita de praticar roubos perto de UPA em Campina Grande