O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) se reuniu durante quase quatro horas, a partir do final da tarde de ontem, com representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (Sintab). Ele expôs a impossibilidade técnica de viabilizar um reajuste salarial acima de 6%. O encontro, no Gabinete do Prefeito, reafirmou que o município não pode suportar um reajuste superior ao que está sendo oferecido pelo Poder Executivo.
De acordo com Veneziano, o município enfrenta um momento de dificuldades por conta do corte de verbas do Fundeb e FPM, além dos reflexos da crise internacional. Ele explicou que só o aumento de 6% vai representar, no atual contexto financeiro do município, um acréscimo na folha da ordem de aproximadamente R$ 800 mil mensais, o que representa um grande impacto para as receitas municipais. Além disso, vai elevar o percentual gasto com pessoal para quase 51% das receitas, limite máximo permitido pela LRF.
Veneziano estava acompanhado de sua equipe econômica, com os secretários de Finanças (Júlio César), Administração (Constantino Soares) e Educação (Flávio Romero). Os auxiliares mostraram dados técnicos subsidiando a tese de impossibilidade do atendimento do reajuste pleiteado pelo Sintab, superior aos 12%.
O Sindicato, representado por Napoleão Maracajá e outros membros, demonstrou, durante o encontro, desconhecimento em relação à realidade orçamentária e financeira de Campina Grande e, por isso, ficou de enviar ofício à Secretária de Administração para a obtenção de dados que deveriam ter sido solicitados antes do início do movimento grevista. Segundo o prefeito, o fato é preocupante, pois levou o Sintab a propor um reajuste e um indicativo de greve sem ter o conhecimento técnico dos repasses e despesas do município.
Ainda de acordo com Veneziano, o único prejudicado com a greve é a própria sociedade, devido à paralisação de escolas e postos de saúde. Apesar disso, o prefeito reafirmou que não existe qualquer forma de perseguição aos grevistas, mas lamenta a falta de reconhecimento por parte de algumas lideranças sindicais quanto às conquistas obtidas pela categoria nos últimos anos.
Segundo ele, vários pontos elencados com reivindicações já são “vencidos” por terem sido concretizados ao longo dos anos pelo atual governo, a exemplo da realização de concursos e convocação dos aprovados, pagamento em um único dia e no mês trabalhado, calendário de pagamento, aprovação do Planos de Cargos e Carreira, regularização dos repasses previdenciários, dentre outras.
“Reivindicar o que já se concretizou representa, na prática, uma demonstração de desinformação por parte de quem deveria reconhecer as conquistas da própria categoria ou, ainda, formular certos pleitos com base em dados técnicos reais. Da nossa parte, só trabalhamos com dados concretos e, por isso, não prometemos o que não podemos cumprir”, afirmou Veneziano.