De vez em quando, bate-nos uma desmotivação geral; somos tentados a parar tudo o que estamos fazendo, ou pelo que estamos lutando. É como se uma nuvem carregada de apatia pairasse sobre o teto da nossa existência.
Algumas pessoas ao vivenciarem situações amargas, tais como o luto inesperado, ruptura de relacionamentos, decepções amorosas, perdas materiais significativas, e muitas outras experiências adversas, muitas vezes, são tomadas e dominadas por uma sensação de vazio, de perda de sentido. Não raro, são vencidas pela desmotivação generalizada, nem mesmo a dimensão da fé lhes é poupada da experiência do fracasso. Imaginam-se abandonadas por Deus e perdem o estimulo para acreditar. Silenciam a voz do louvor e desviam os olhos dos céus, como quem não tem mais esperança alguma.
Qual a vantagem de parar tudo? Certamente, nenhuma! O desânimo e a apatia não trazem proveito algum; antes, pelo contrário, precipitam o fim. Revelam uma alma frágil, que se prostra ante as dificuldades. Expõe, também, carências como medo e incredulidade.
Um dos sinais mais claros da desmotivação que ronda a vida de muitos é a ausência de perspectivas. De tanto ouvir respostas negativas, de tanto bater em portas fechadas, de tanto andar em ruas sem saída, muitas pessoas acabam desistindo de lutar. Lançam um olhar cansado para um horizonte sombrio – falta-lhes esperança.
É bem verdade que o sofrimento intenso deixa, em nós, marcas profundas. Corpo, alma e espírito são atingidos. Um descaso consigo mesmo; um sentimento de abandono, deixa a alma ao relento; a incredulidade se revela como atitude mais racional para se lidar com o trágico. Crer numa saída é um desafio; não crer, é a lógica da acomodação. Uma covardia do espírito. Desistência e fracasso andam sempre juntos.
Contudo, não há porque desistir da esperança. Não existem portas eternamente fechadas! Os momentos sombrios, ainda que aparentemente demorados, não encerram toda a existência. São apenas momentos. São passagens. São oportunidades de crescimento interior. São, também, oportunidades para Deus.
É impossível viver sem esperança! Ela é combustível; é força propulsora em direção ao amanhã. Não ter esperança, é sinal de pobreza espiritual; é também, um sintoma de enfermidade na alma. Resista, sempre, ao pessimismo!
Na verdade, todos nós estamos no “front” de uma batalha. É a luta, incansável, pela sobrevivência em suas mais diferentes dimensões. É uma guerra, sem tréguas, travada contra adversários dos mais ferrenhos. São forças negativas, opressões espirituais, enfermidades no corpo e na alma. São pressões financeiras, problemas familiares, decepções amorosas e muitas outras coisas que, somadas, têm grande poder de destruição.
Contudo, me parece, que a vida é assim mesmo: uma luta constante contra forças contrárias a tudo que chamamos de felicidade. Se felicidade é saúde, lutamos contra as doenças; se é um estado de paz, lutamos contra as adversidades; se é uma família unida, lutamos contra o desenlace; se é ter alguém ao nosso lado, lutamos contra a solidão; se for ter o mínimo de qualquer coisa, lutamos para não perder coisa alguma.
Aos cansados, resta-lhes um consolo, uma certeza: Deus renova as nossas forças. Ele está presente na dor de cada um de nós. Sua presença é a certeza de novas perspectivas. Nossas dificuldades, quaisquer que elas sejam, nada são diante d’Ele. Quem conhece a Deus e Nele confia, não trafega em becos sem saída; nem vive à sombra da morte. Deus é vida. Deus é luz!