O Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HEETSHL) fez a aquisição, no mês passado, de um sistema denominado `Epmed Monitor´ que permite monitorar os pacientes internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI 1) e Unidade de Pacientes Graves (UPG) e com isso diminuir os índices de mortalidade, cumprindo padrão europeu que tem uma das menores taxas de óbito em UTI no mundo. Com o novo sistema – que funcionava de forma experimental há seis meses – o hospital diminuiu para 14% o índice de mortes na UTI, pois teve mês que este percentual chegou a alcançar 24% dos óbitos.
De acordo com a intensivista e coordenadora do sistema no Hospital de Trauma, Uilanete Dantas de Carvalho, conforme os protocolos internacionais, os índices de mortalidade aceitável em UTI são de 30% e o hospital vem cada dia mais, com o apoio da gestão pactuada, implantando normas e rotinas para diminuir estas estatísticas. “Além de tentar salvar a vida destes pacientes, objetivamos devolver a eles uma rotina com qualidade, mais próxima da que tinham, sem sequelas”, lembrou.
Gestão de qualidade
A intensivista do Hospital de Trauma acrescentou que o Epmed é um sistema para gestão de qualidade e desempenho de UTIs Gerais Cardiológicas que possibilita avaliar a qualidade da assistência dispensada aos pacientes internados, permitindo assim a mudança ou não das condutas médicas em tempo real e diminuindo a mortalidade. “Com a ferramenta também é possível, comparar os índices de óbito encontrados na América Latina com os aceitáveis e recomendados pelos índices na Europa”, disse.
Dentre as inúmeras vantagens, o sistema cumpre integralmente às exigências da RDC 7 da Anvisa; está em consonância com as diretrizes atuais da Organização Mundial de Saúde e aquelas necessárias ao processo de acreditação hospitalar; faz a comparação de resultados com UTI´s de todo o Brasil (Benchmarking em tempo real) e é uma gestão integrada de múltiplas Unidades de Terapia Intensiva.
1º hospital público da PB a adotar ferramenta
De acordo com a intensivista e coordenadora do sistema no HEETSHL, Uilanete Dantas de Carvalho, o Trauma é o primeiro hospital público estadual, a adotar este tipo de ferramenta. Na Paraíba, apenas dois complexos hospitalares que trabalham com o Epmed em suas UTI´s: um na rede pública federal e o outro na iniciativa privada. No Brasil, mais de 100 hospitais, entre eles, unidades de excelência como o Sírio-Libanês, Albert Einstein e Into fazem uso desta ferramenta.
A rotina com o Epmed é executado pela intensivista no Hospital de Trauma que diariamente lança no sistema, informações dos 18 pacientes da Unidade de Terapia Intensiva, monitorados desde a admissão no setor à alta hospitalar. Assim que o paciente dá entrada na UTI, os dados são cadastrados no sistema, como: data de nascimento, principal motivo da admissão no setor (patologia), documentos pessoais, entre outros. Semanalmente, a médica avalia a qualidade no atendimento prestada a estes pacientes que serve para alterar a conduta médica, como quantidade de medicação prescrita, intervenções cirúrgicas, entre outras.
Correio da Paraíba