A Justiça determinou ontem a transferência do homem apontado pela polícia como um dos chefes do tráfico de na Zona Norte de Campina Grande e acusado de atuar como cabo eleitoral durante as eleições deste ano no município.
Francisco Clemente dos Santos, conhecido como "Passinho", será transferido hoje do presídio provisório do Complexo do Serrotão para a penitenciária de Segurança Máxima PB1, em João Pessoa. Juntamente com ele ainda serão transferidos, a pedido da Vara de Execuções Penais da cidade, mais quatro detentos, dois deles acusados de planejarem um plano e falsificarem alvarás para fugir do presídio.
De acordo com o juiz das Execuções Penais de Campina Grande, Fernando Brasilino Leite, a medida tem um objetivo preventivo e busca evitar possíveis problemas que viriam a ser provocados pelos apenados no interior do presídio campinense. Morgan Wagner da Silva Lima, que seria inimigo de "Passinho" e líder de um movimento que pretendia matá-lo no interior da penitenciária também será transferido para o presídio do Sílvio Porto, na capital.
“Os dois não poderiam estar juntos por são líderes de quadrilhas distintas e têm interesses diversos. Quanto aos dois do alvará são de altíssima periculosidade”, relatou o juiz Brasilino Leite.
Os dois apenados acusados de tentar fugir do presídio provisório do Serrotão usando um alvará falso e que serão transferidos para a capital são Gilvan Cordeiro Soares Júnior, 33 anos, natural da cidade de Salgueiro em Pernambuco, e um Antônio Gilson dos Santos. Além deles, o apenado José Roberto Soares Silva também será levado para presídios da capital. Para transferir os cinco presos uma verdadeira operação policial deverá ser montada para garantir a segurança do trajeto até a capital do Estado.
A direção da penitenciária provisória campinense evitou dar detalhes sobre a operação de transferência, por motivos de segurança.
Francisco de Assis Clemente foi preso em uma ação conjunta da Polícia Federal e policiais militares no dia 28 do mês passado.
Segundo a polícia, na residência e em um veículo usado por ele foram apreendidos mais de 100 cópias de títulos eleitorais, dinheiro, e várias contas de água e luz. O material seria supostamente usado para compra de votos nas comunidades em que o acusado "exerceria influência".
O acusado também foi acusado de envolvimento na execução do jovem Rafael Dantas da Silva, de 26 anos, conhecido como Rafinha. Em depoimento à Polícia Federal, porém, "Passinho" negou qualquer envolvimento com o crime. No entanto, no inquérito policial que investiga o caso os agentes federais teriam flagrado conversas de ‘Passinho’ com os autores do crime, momentos antes do assassinato.
Jornal da Paraíba