Cláudia Carvalho

Cláudia Carvalho é editora e diretora do ParlamentoPB, jornalista e radialista, mestre em Jornalismo Profissional pela UFPB
Cláudia Carvalho

Tiros e pedradas no aquecimento da eleição

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O fim de semana foi recheado de fatos que certamente terão desdobramentos a partir de hoje na Paraíba

Um deles foi uma nota publicada na mais recente edição da revista Veja e que afirma que depois de muitas brigas locais, PT e PSB definiram nesta semana o que será possível pacificar nos palanques de Lula. Um dos problemas solucionados teria sido no Estado da PB. Os demais seriam MA, PE, ES e RJ, além de São Paulo, como se sabe, terá Fernando Haddad na cabeça de chapa com Márcio França ao Senado.

Aqui no Estado, Lula já gravou vídeo empenhando seu apoio a Veneziano Vital do Rego, pré-candidato do MDB ao Governo que tem o ex-governador Ricardo Coutinho como postulante ao Senado. A presidente do PT, Gleisi Hofman ainda não se pronunciou oficialmente a respeita desse caso, mas já estava prevista que ainda esta semana seja decidida a postura de Frente Brasil da Esperança. O grupo é formado por PT, PV e PCdo B. Somente o PT está contra a aliança com Joao Azevedo. As duas outras siglas não apenas defendem a reeleição do governador, mas integram com cargos a gestão estadual.

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Outro episódio que chamou muito a atenção foi o apedrejamento de uma casa no Cristo Redentor por causa de diferenças políticas. O imóvel é de propriedade de Cely Andrade, uma militante petista muito conhecida na capital. Já fazia três anos que uma faixa com a inscrição “Fora Bolsonaro” estava pendurada na frente da residência, mas no sábado, três homens jogaram pedras no local em protesto contra o posicionamento político da proprietária e tentaram arrancar a faixa. Cely gritou e ameaçou chamar a polícia. Os invasores fugiram, mas deixaram o medo. Temendo pela integridade física dela e de outras pessoas que frequentam a residência, Cely mandou retirar a faixa.

Foi mais uma demonstração da irracionalidade que tem tomado a nossa rotina e que se torna mais preocupante com a proximidade das eleições e, mais uma vez, com a polarização entre Lula e Bolsonaro. Desde 2018, já havia muita gente disposta a brigar, agredir e atacar quem se posiciona contra seu candidato. Aliás, essas disputas são tão antigas quanto a própria queda de braço eleitoral. Mas, com a recente morte de Marcelo Arruda, um petista assassinado no último sábado (9) na própria festa de aniversário por um bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, o sinal de alerta foi acendido em todo o país e aqui na Paraiba a situação não poderia ser diferente.

Em agosto começaremos oficialmente a campanha, com aquela agenda própria, de guia eleitoral, debates, muita movimentação e o temor de novos confrontos aumenta. É preciso enfatizar que não são brigas de b~ebados como quis descrever o vice-presidente da República, Hamiltom Mourão, numa tentativa de minimizar a gravidade do cenário. São embates muito sérios, perigosos e que precisam ser freados. Especialmente porque em 2022 há mais muito gente armada que em 2018. O número de licenças para armas de fogo subiu 473,6% de 2018 a 2022. Se há quatro anos os bêbados ou os eleitores irracionais brigavam trocando tapas. Agora, eles podem trocar tiros. É hora das autoridades eleitorais e policiais se anteciparem a uma guerra eleitoral e adotarem providências. Os candidatos também deveriam apaziguar seus liderados. Queremos apenas ir às urnas, sem passar pelo hospital e muito menos pelo cemitério.

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