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Tabagismo: A hipnose no tratamento da dependência

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Houve um período – que durou décadas – no qual o indivíduo que fumava era visto como um exemplo de charme e dotado de saúde exemplar, sinônimo de felicidade e sucesso, e consequentemente um padrão a ser seguido, modelado, imitado, ou como se chama na linguagem hipnótica, “espelhado”.

Esse engano, interpretado principalmente de forma errônea pelos homens, como um estilo de vida exemplar, era reforçado pelas propagandas recheada de mensagens subliminares de sucesso e conquistas de mulheres e homens bonitos.

Atualmente, boa parte da população possui o entendimento de que o tabagismo é uma doença, na qual a nicotina é a vilã, e quase sempre é a responsável por causar dependência, que se caracteriza pela síndrome de abstinência, que está catalogada no Código Internacional de Doenças – CID10, sob a codificação F17.2, e inserida no grupo F17 – Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo.

Fumar é um hábito aprendido, o qual pode ser modificado, e quase sempre está associado a malefícios secundários. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável, ganhando o primeiro lugar dessa categoria.

A nicotina é a única droga que se fará presente por toda a vida de uma pessoa, desde o momento em que se torna tabagista. Ao fumar, parte da droga é destruída pela combustão e levada pela fumaça; e a outra – a qual fica no filtro do cigarro – é uma quantidade significativa, acredita-se que mais de 50% será inalada pelo fumante, e tal fato será o responsável por causar dependência.

Além da nicotina, há o alcatrão que é ativado quando se acende o cigarro, ele é o vilão responsável pelas neoplasias (câncer) que surgem no tabagista; além dos metais tóxicos, como arsênio e acetato de chumbo, e os gases (fumaças) que matam – em especial o monóxido de carbono que compete com o oxigênio na conexão com a hemoglobina, causando dificuldade em respirar.

No contexto em que o fumante ativo está inserido, surge outra personagem que merece toda a atenção: o fumante passivo, aquela pessoa que é obrigada a conviver com a fumaça expelida por outros. A possibilidade de o passivo adoecer em decorrência do tabagismo é igual ou até mesmo maior do que a do próprio fumante, dependendo do tempo que em fique exposto à fumaça; pois o fumante ativo traga o cigarro, e o passivo simplesmente respira a fumaça, e dessa forma ela acessa seus pulmões com mais liberdade; e tudo isso depende do tempo de exposição à fumaça.

Essa condição de exposição teve um decréscimo significativo desde que a lei antifumo, de número 12.546/2011, entrou em vigor em todo o território brasileiro, proibindo o ato de fumar em locais totalmente fechados ou parcialmente em um dos seus lados, além de extinguir os fumódromos. Pode-se fumar em casa, áreas livres ou públicas, praças, estádios e tabacarias.

Dependência

Segundo Marlus Vinicius (2013), a dependência à nicotina, é instalada de acordo com uma das formas abaixo especificadas:

Por reflexo condicionado clássico: Repetição do ato de levar o cigarro aos lábios e sentir o contato da fumaça na boca e garganta. Quem fuma 10 cigarros por dia, em média traga 10 vezes, durante o dia tragará 100 vezes e durante um ano dará 36.500 tragadas;

Patológica: Quase sempre os dependentes alegam alívio da ansiedade e melhora do humor; mas, na verdade o que ocorre é a redução da ansiedade, em decorrência da queda da taxa de nicotina no organismo (Medeiros – 2015);

Comportamental: Ocorre um estreitamento do repertório, tipo: situações, hora, local, atividades e pessoas;

Química: Começa a ocorrer a partir do segundo mês do uso do primeiro cigarro, é caracteriza-se pela síndrome de abstinência e a necessidade de reposição do nível de nicotina no organismo.

Consequências do ato de fumar

Aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca;

Diminuição da capacidade pulmonar;

Diminuição dos cílios dos brônquios;

Tosse seca.

Caso se tenha dúvidas que o cigarro faz mal à saúde de quem o fuma, saiba que há, em média, 4.700 substâncias presentes na sua composição, como: pesticidas, raticidas, produtos corrosivos e metal pesado.

Comorbidade

As doenças médicas mais comuns decorrentes do tabagismo são doenças cardiovasculares, doenças pulmonar, obstrutiva crônica e câncer. O tabagismo também intensifica problemas perinatais, como baixo peso ao nascer e aborto espontâneo. As comorbidades psiquiátricas mais comuns são transtornos por uso do álcool/substância, depressivo, bipolar, de ansiedade, da personalidade e de déficit de atenção/hiperatividade.( DSMV, 2014, p.574)

Tratamento

O tratamento só deve ser iniciado a partir do desejo sincero e único do tabagista de abandonar sua dependência do tabaco. Senão, será perda de tempo!

Inicia-se com a anamnese, na qual será coletada as informações sobre a motivação e os porquês de se fumar; além da identificação dos gatilhos que, ao serem disparados, resultam na consumação do ato de acender e fumar um cigarro. A partir disso, poderá ser traçada uma terapêutica detalhada e compatível às necessidades do paciente, utilizando-se um protocolo adequado, de forma que o mesmo alcance seu objetivo, que é tornar-se um não tabagista.

Cabe ao profissional responsável pelo atendimento do tabagista descobrir em qual classificação sua dependência está inserida, aplicar o teste de Fagerström – que fornecerá o grau de dependência à nicotina (Karl Fagerström, 1974) – e planejar a terapêutica que será aplicada; lembrando que cada caso é único e merece atenção especial. Eu recomendo um trabalho terapêutico de parceria, como: Médico, Psicólogo, Hipnoterapeuta.

Para o tabagista que fuma acima de dez cigarros/dia, convém que seja feita uma avaliação médica, preferencialmente com Pneumologista, para uma análise apropriada da sua condição atual; e caso o profissional da saúde perceba que existe a necessidade, prescreverá a Terapia de Reposição da Nicotina – TRN ou farmacológica como o uso do cloridrato de bupropiona, e/ou outro psicofármaco que achar necessário.

Essa terapêutica tem demonstrado eficácia para fumantes, sejam recreativos ou para aqueles que fumam há muito tempo. Como também fará seu acompanhamento, intervindo quando necessário no controle da síndrome de abstinência. O médico pode, inclusive, recomendar a internação em hospital de clínica médica geral para desintoxicação e tratamento de alguma enfermidade resultante desse hábito não saudável.

O próximo passo é estabelecer as metas, as quais geralmente são:

Abstenção total e imediata ou Redução gradual, nesse caso o tabagista deve definir qual a data que deseja iniciar sua redução.

Nos primeiros dias sem fumar, o corpo começa a se adaptar ao funcionamento normal na ausência da nicotina. Talvez seja necessário um tempo, em média são trinta dias, para que o organismo se acostume ao novo estilo de vida e seu subconsciente instale o costume recém-adquirido.

Por isso, ele pode apresentar alguns sintomas causados por essa mudança – conhecidos como “síndrome da abstinência” – os quais podem ser: dores de cabeça, formigamento nas mãos e dos pés, tosse, ansiedade e, principalmente, uma vontade intensa de fumar ou “fissura”. Neste momento, é importante ressaltar que nem todo tabagista apresenta essas reações; cada organismo reage à sua maneira diante de uma situação.

Todos esses sintomas desconfortáveis desaparecem após uma ou duas semanas sem fumar, pois, essa é uma reação natural do corpo que está voltando a funcionar sem os malefícios do cigarro; e essa vitória valerá muito a pena. Acredite!

Nossa experiência tem demonstrado que os protocolos de Hipnose da OHTC (Omni Hypnosis Training Center), em especial a soma do R2C + Antitabagismo, têm sido muito eficazes nessa empreitada e na condução do tabagista de alcançar sua abstinência do tabaco.

Como tornar consciente o ato de fumar

Deve-se sugerir que o paciente faça o controle do seu ato de fumar, registrando em formulário específico as diversas variáveis, como dia, local, horário e gatilho (pensamento). Essas informações serão trabalhadas na Psicoterapia e/ou Hipnoterapia.

Como lidar com a fissura ou vontade do fumar

Recomenda-se modificar o contexto das vezes que ocorre o ato de fumar (Quebra de padrão):

Diariamente juntar os filtros de todos os cigarros fumados e guardá-los mensalmente;
Beber um copo de água antes de fumar um cigarro;
Contar até cem antes de acender o cigarro;
Retirar quarenta ligas de dinheiro entrelaçadas na carteira de cigarros e após fumar, recolocá-las de volta;
Escolher um lugar de difícil acesso quando decidir fumar.
Tudo isso deve ser feito caso o paciente queira realmente ser um ex-tabagista, só do fumante imaginar: “Vou fazer tudo isso para fumar um cigarro?”. Mas, vale lembrar que toda vontade dá e sempre passa!

O importante é o bem estar, a melhoria da qualidade e do estilo de vida do tabagista que procura tratamento para a sua dependência. Em caso de haver necessidade, encaminharemos nosso paciente para ser inserido na Rede Municipal de Saúde no município onde reside, por essa oferecer tratamento para fumantes. Algumas cidades, como por exemplo, João Pessoa (PB), já possuem a referida disponibilidade.

De forma geral, ao tornar-se abstêmio o indivíduo: vive-se mais tempo; torna-se aceito socialmente; há melhorias no hálito, no cheiro das roupas e no cabelo; ocorre benefícios para o desempenho físico, e ademais é possível acumular mais dinheiro.

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas; mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Carl Gustav Jung

Reflexão

É até possível que o tabagista não venha a ter câncer de pulmão, mas infelizmente é verdade que todo fumante terá enfisema passará a respirar com dificuldade e precisará de oxigênio pressurizado.

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