Notícias de João Pessoa, paraíba, Brasil

Suíça mantém R$ 2,8 bilhões da Lava Jato bloqueados

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Três anos depois de iniciar uma das maiores investigações de corrupção no país, o Ministério Público da Suíça revela que ainda mantém bloqueados cerca de R$ 2,8 bilhões relativos à Operação Lava Jato. Desde o acordo de leniência da Odebrecht, em 2016, os suíços afirmam que receberam pedidos de cooperação de diversos países onde empresas brasileiras atuaram, e que atendem hoje a mais de 50 solicitações de troca de informações.

Os dados fazem parte do relatório anual do Escritório do Procurador-Geral da Suíça, divulgado nesta sexta-feira (20), que atualiza a dimensão do caso e deixa claro que o processo de investigação e de repatriação do dinheiro está longe de terminar. No documento, o MP suíço aponta que, até agora, destinou ao Brasil apenas 20% do valor congelado no âmbito da Lava Jato.

“Mais de 1 bilhão de francos suíços (R$ 3,5 bilhões) foram congelados no curso dessa série de casos”, apontou o órgão. “É de especial preocupação do Escritório do Procurador-Geral que a Suíça repatrie ativos congelados a seus donos de direito. Até agora, mais de 200 milhões de francos (R$ 700 milhões) foram repatriados às autoridades brasileiras em relação aos casos Petrobrás/Odebrecht”, afirma.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que os R$ 2,8 bilhões ainda congelados se referem a contas de operadores, políticos, empresas de diversos setores, doleiros e suspeitos identificados no Brasil, na Suíça ou em outros países onde empresas brasileiras possam ter atuado. O informe não dá detalhes sobre os donos das contas e nem qual seria a participação de empresas como Odebrecht nesse total. Depois de fechar seu acordo de leniência com Brasil, Suíça e EUA, a construtora ainda foi obrigada a pagar 200 milhões de francos aos suíços.

Ao destacar a criação de uma força-tarefa específica para o caso, os suíços afirmam que os inquéritos que derivaram da Lava Jato se transformaram num dos maiores casos da seção de crimes de colarinho branco de seu Ministério Público. Para efeito de comparação, o documento afirma que o valor congelado em ativos relacionados ao caso brasileiro superou os recursos bloqueados originalmente no processo que culminou na queda de Hosni Mubarak, no Egito – US$ 450 milhões. Para a Tunísia, outro País que viveu a Primavera Árabe, US$ 3,8 milhões foram repatriados pelos suíços.

Após o acordo de leniência da Odebrecht, os suíços ampliaram o caso e hoje atendem dezenas de solicitações de autoridades estrangeiras que acreditam terem sido lesadas pelas empresas implicadas na Lava Jato. Os números oficiais do MP suíço indicam que ainda existem 45 processos criminais abertos relacionados à Lava Jato – quase 10% de todos os inquéritos criminais abertos hoje na Suíça.

“Atualmente, a força-tarefa está processando e implementando mais de 50 pedidos de assistência”, indicou o documento. O jornal apurou que procuradores como os do Peru e Equador têm trabalhado em processos que envolveriam dados presentes nos arquivos suíços.

Outro foco da força-tarefa suíça tem sido o de investigar intermediários e operadores que tenham colaborado no País com o desvio dos mais de US$ 1 bilhão. “A força-tarefa está concentrada em pessoas e companhias envolvidas na Suíça”, disse. Um deles é Bernardo Freyburghaus, operador que, a partir do Rio de Janeiro, seria um dos responsáveis pela abertura de contas de vários suspeitos na Lava Jato. Desde a eclosão do caso, porém, ele se mudou para a Suíça, onde também tem nacionalidade.

Em nota, a Odebrecht afirma que “está colaborando com as autoridades no esclarecimento de todos os fatos” e reafirma seu compromisso “com a verdade e com uma atuação ética, íntegra e transparente, no Brasil e em todos os países nos quais atua”. Segundo a empresa, a efetividade da colaboração da empresa foi reconhecida não apenas pelo Ministério Público Federal, mas por autoridades de outros países – Suíça, Equador, República Dominicana, Panamá, Guatemala e Estados Unidos.”

Jornal do Brasil

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Arthur Urso leva “esposas” para passear sem roupa íntima na orla de João Pessoa

Professores da UFPB desistem de candidatura e apoiam Terezinha e Mônica

Anteriores

imgDescNoticia_15501649952_foto_N

Luciano Mariz anuncia apoio a Terezinha e Mônica

onibus1 (1)

Governo acompanha entrega de novos ônibus para linhas de Cabedelo

WhatsApp Image 2024-04-18 at 13.22.24

Funcionárias são exoneradas depois de filmarem creche inundada em Santa Rita

WhatsApp-Image-2024-02-09-at-06.38.52-800x500

Segundo acusado de matar lutador de MMA vai a júri em Cabedelo

diretor-do-Hospital-Padre-Ze-o-paroco-Egidio-de-Carvalho-800x500-1-750x375

Padre Egídio consegue prisão domiciliar, mas terá que usar tornozeleira

Vacina dengue

João Pessoa amplia público-alvo para vacina contra a dengue

Octávio Paulo Neto, promotor, coordenador do Gaeco

Coordenador do Gaeco explica medidas alternativas para Padre Egídio: “O processo penal não é vingança”

Polícia civil da paraíba

Homem é preso por oferecer drogas e estuprar menina de 11 anos

Wladimir Costa, ex-deputado federal, foto Câmara dos Deputados

PF prende ex-deputado federal conhecido por tatuar nome de Temer no ombro

Bruno Cunha Lima durante reunião

Prefeitura de CG assina acordo e garante corrida gratuita na Uber para mulheres vítimas de violência