O editorial do Jornal A União na recente edição de 28 de agosto, titulado “Árvores e edifícios”, corresponde a um dos mais pertinentes, oportunos e importantes alertas feitos à sociedade pessoense, sobretudo aos agentes políticos, tanto integrantes do Legislativo quanto do Executivo. E as preocupações nele contidas estão a exigir ações urgentes, principalmente quando também lemos, na mesma edição do mesmo Jornal, a crônica “Olhai o lírios das ruas”, assinada pelo jornalista Walter Galvão.
No editorial do Jornal está expresso que “Se não é possível deter o crescimento da cidade, que pelo menos se harmonize os interesses imobiliários com a preservação do meio ambiente”.
Na crônica de Walter Galvão consta que “O pesadelo é saber-se em meio ao sonho não realizado em que o desejo é o de superação das adversidades como fraqueza perante o concreto desafia o sentir-se livre”, assim se reportando não só pela saudade da reciprocidade do respeito, da amizade e da consideração entre os viventes, mas também pela mesma saudade dos passeios tranquilos pelos monumentos públicos… ou de um sentar-se na calçada da Casa da Pólvora “para espiar o sol tomando banho à tardinha do Sanhauá”.
Permita-nos dizer, porém, que deter o crescimento não significa conter o desenvolvimento. Podemos, sim, harmonizando as ações do Executivo, do Legislativo e das esferas municipal e estadual, todas focadas para o bem coletivo, transformar esse desorganizado crescer em um humanizado desenvolver!
Atrevemo-nos, entretanto, a enfatizar que o município de João Pessoa, isoladamente, não conseguirá esse desenvolvimento que a todos beneficia. Isolado, se assim persistir, estimulará apenas o crescer, que destrói os lírios dos campos e das ruas, imaginando que esteja proporcionando o bem coletivo.
“A engenharia e a arquitetura certamente têm soluções para problemas dessa natureza”. E realmente as leis “existem para melhorar a convivência entre as pessoas, por meio da instituição de direitos e deveres”. E aí mais se faz necessária e importante a consciência dos agentes políticos no olhar para que a cidade preserve-se (enquanto é possível) com padrões de habitabilidade/humanidade. Que todos cuidemos para não vermos João Pessoa como uma Rio de Janeiro, com favelas e pessoas penduradas por todos os lados e uma insegurança amedrontadora! Empenhemo-nos para não termos aqui de usar máscaras contra o ar poluído como já se constata em cidades da China.
Precisamos ter coragem para enfrentar e conscientizar a todos – a esses todos buscando suas concordâncias – para a adoção de medidas até, se indispensável, como levantada anos atrás, para interiorizar-se a capital da Paraíba, inserindo-a no centro geográfico do Estado e, por consequência, interiorizando o desenvolvimento.