O Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares do Estado da Paraíba acusou hoje a assessoria jurídica do sindicato patronal de se recusar a assinar ata que oficializa a convenção trabalhista firmada entre patrões e empregados do segmento hoteleiro na Paraíba. Segundo a entidade, milhares de trabalhadores ficaram sem aumento salarial. O impasse continua porque o advogado do sindicato dos empregadores quer deixar de fora cláusulas sociais e sindicais.
“Nunca vimos isso antes. O sindicato patronal fecha o acordo com a categoria, mas, no dia seguinte, quando da assinatura da ata, o advogado deles, José Mário Porto, se recusa a fazê-la”, reclama Geraldo Lima, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares do Estado da Paraíba (SindHotel). José Mário Porto é ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB).
“É inadmissível um advogado como ele, ex-mandatário de uma entidade tão importante como a OAB, um marco na defesa dos direitos humanos, deixa de atender a determinação do próprio sindicato dos patrões. Com isso, milhares de mães e pais de famílias estão sem aumento salarial há mais de um ano”, aponta Geraldo Lima.
Geraldo lembra que no dia 10 de março, trabalhadores e representantes patronais retomaram as negociações coletivas relacionadas à Campanha Salarial 2009/2010, durante mesa-redonda realizada nas dependências da Delegacia Regional do Trabalho na Paraíba (DRT-PB).
Na oportunidade foi fechado o acordo, mas, no dia seguinte, só as cláusulas econômicas continuavam no documento da convenção trabalhista. As demais cláusulas, sindicais e sociais, já registradas em convenções anteriores, desapareceram. “Isso é cruel demais por parte do advogado que descumpre até mesmo a decisão do próprio presidente do sindicato patronal”, lamenta o presidente do SindHotel.