O incidente envolvendo o candidato do PSDB à Presidência José Serra e militantes petistas, ontem no Rio de Janeiro, acabou sendo alvo de debates no Senado Federal nesta quinta-feira 21. Escalado pela oposição, Pedro Simon (PMDB-RS) condenou o que chamou de atentado contra o tucano. Mesmo em dia de plenário vazio, a ala governista mandou seu recado: o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) pediu moderação a Simon. “Nem galo fez”, declarou.
“O incidente foi de uma singeleza tão grande que nem galo fez em sua cabeça, conforme pudemos constatar, afinal Serra é careca”, acrescentou Cavalcanti.
Acostando-se a Simon, ao também condenar todo tipo de violência, o parlamentar paraibano ponderou, porém, que a estrutura de campanha do PSDB tentou transformar o incidente em fato novo de campanha, capitalizando o momento eleitoral.
“A operação dos marqueteiros tucanos, envolvendo resgate de helicóptero, coletivas de médicos e interrupção de agenda de campanha, armou um palco de lamentável encenação”, acredita Cavalcanti.
“Não se deve tentar vencer uma disputa com fraude eleitoral”, acrescentou o senador paraibano.
Contrariado, Simon reagiu: “Foi um absurdo, uma violência”, insistiu o peemedebista, sendo rebatido por Cavalcanti, para quem a campanha está produzindo outros tipos de violência, tendo como alvo a economia do País.
Ele ilustrou com matéria publicada na Revista Exame deste mês que aponta valorização das ações da Petrobrás em função do crescimento do candidato tucano nas pesquisas.
“Isto não corresponde a verdade, afinal quem está na frente é Dilma Rousseff, que acaba de abrir onze pontos percentuais em relação a Serra”, discorda Cavalcanti, completando que a valorização das ações da maior estatal brasileira neste momento em que a candidata petista abre vantagem significa que os investidores confiam na economia brasileira, independente de quem estiver no poder.