O tema deveria ser simpático aos vereadores, mas acabou resultando em discussão e vai repercutir na esfera judicial. Trata-se do projeto que cria a Escola do Legislativo na Câmara Municipal de Patos. Na sessão de ontem, o presidente da Casa Juvenal Lúcio de Sousa, Marcos Eduardo (PMDB), teve um sério embate verbal com o oposicionista Ivanes Lacerda (PSDB). A briga teria sido tão grave que foi preciso a intervenção dos seguranças para que os vereadores não partissem para as vias de fato. Mesmo assim, Marcos conseguiu aprovar a matéria.
O pedido de apreciação e votação do Projeto de Lei foi feito na semana passada em caráter de urgência urgentíssima por alguns vereadores e, na sessão de ontem seria aprovado se não houvesse um pedido de vistas por parte inicialmente do vereador Edmilson Araújo (PRP). Alegando que o projeto já estava em tramitação há um ano, o presidente Marcos Eduardo foi taxativo e não aceitou o pedido. Nesse momento, a confusão foi formada e o vereador Ivanes Lacerda também fez coro pelo adiamento da votação.
Para evitar que o oposicionista continuasse contestando a proposta, Marcos mandou cortar o som do microfone do parlamentar. Ivanes, então, foi até a mesa diretora para discutir de perto com o presidente. Sem dar ouvidos às queixas, Marcos continuou a votação, até aprovar a matéria.
Depois de aprovado o texto, o presidente tirou o paletó e fez menção de que iria em direção a Ivanes. O parlamentar tucano repetiu o gesto e os seguranças se aproximaram para evitar a briga que parecia pronta para acontecer.
Em entrevista à imprensa, Lacerda explicou porque era contra a criação da escola do legislativo em Patos:
– Foi imoral e violenta a maneira como o projeto foi aprovado. Ele mandou cortar o som do microfone e deixou somente o dele, para que pudesse por o projeto em votação. Ele disse que foi aprovado por unanimidade, mas não foi porque eu não votei. O interesse dele é porque o projeto é para criar um trem da alegria. Ele quer dar empregos nesta Casa.
Ivanes Lacerda anunciou que vai recorrer à Justiça para anular a criação da escola do legislativo porque alega que o projeto não teria sido promulgado pelo presidente da Câmara.