A secretária de Saúde municipal de Campina Grande, Luzia Pinto, questionou, em entrevista coletiva ontem (15), na Central de Polícia Civil, o Hospital de Trauma da região sobre os casos de vítimas de agulhadas no Parque do Povo, durante o São João. Ela disse que “a Diretoria de Vigilância encaminhou técnicos ao Hospital de Trauma, mas a unidade hospitalar se recusou a ceder os prontuários dos pacientes que alegaram terem sofrido ferimentos com agulhas no Parque do Povo.”
Luzia disse que, até ontem, a Secretaria Municipal de Saúde não havia sido comunicada oficialmente das notificações de casos suspeitos de ferimentos por agulhas na festa e que tem trabalhado apenas com informações fornecidas pela Polícia Civil.
A secretária falou que enviou documento ao Trauma de Campina solicitando as informações dos pacientes e disse estar surpresa com a negativa do hospital em ceder os prontuários. “É uma atitude muito estranha porque o que todos queremos neste momento é colocar um fim na onda de boatos que vêm sendo propagada em relação ao Maior São João do Mundo. Os dados do hospital são totalmente conflitantes com os da própria Polícia Civil e os das equipes de pronto-socorro do Parque do Povo”, concluiu ela.
Resposta do Hospital de Trauma de Campina Grande
O diretor da unidade, Geraldo Medeiros, disse ao ParlamentoPB que essa solicitação da Secretaria de Saúde da prefeitura local foi feita às 14h de ontem (15). “O nosso setor jurídico está analisando, pois precisamos garantir o sigilo médico. Estranho é a Secretaria Municipal de Saúde só se preocupar em apurar e tentar implantar um protocolo 12 dias após a ocorrência do primeiro caso. O agente público deve zelar pela saúde da população e não procurar esconder a verdade”, disse ele.
Cuidados
Além disso, a secretária explicou como as pessoas devem agir, caso sofram ferimentos como os de agulhas e cobrou a colaboração do Hospital de Trauma na investigação epidemiológica dos casos.
Luzia Pinto alerta que as pessoas devem procurar, primeiramente, o posto médico ou as duas ambulâncias localizadas dentro do Parque do Povo para os primeiros socorros de qualquer tipo de ferimento no local da festa.
Em caso de suspeita de infecções provocadas por ferimentos com instrumentos perfurocortantes, a vítima deve procurar, em até 72 horas, o Serviço de Assistência Especializada (SAE) para fazer exames e receber a medicação preventiva.
O SAE
O SAE é um serviço de referência do Ministério da Saúde para assistência em qualquer situação em que exista risco de contato com HIV e hepatites virais. Ele serve para atender a acidentados com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico, mas também para pessoas que sofreram violência sexual ou aquelas que mantiveram relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha).
A unidade fica na rua Siqueira Campos, nº 658, no bairro da Prata. O telefone para contato é o (83) 3310-7067.