A secretária municipal de saúde, Roseana Meira, tranquilizou os pessoenses quanto a um possível surto de meningite. Ela concedeu entrevista coletiva na manhã de hoje, quando também falou sobre os dois casos suspeitos de meningite em dois irmãos que estudam em uma escola particular de João Pessoa, o estado de saúde das crianças, trabalho realizado pela Vigilância do Município e a importância que tem a imprensa em informar e esclarecer à população.
Roseana Meira iniciou a conversa fazendo um retrospecto do caso, desde o dia 20 de maio até o dia 29, quando o Hospital Sírio-Libanês e a Vigilância Epidemiológica da cidade de São Paulo enviaram o exame final feito em uma das crianças. “Inicialmente houve um pânico na cidade, porque a escola onde as crianças estudam resolveu fechar as seis unidades de ensino que tem. No entanto, esta conduta não seria necessária nem se fosse confirmada a Meningite Meningocócita”, comentou Roseana.
A secretária disse ainda que desde que a SMS foi notificada sobre o caso começou a fazer os trabalhos necessários. “Nós fizemos o bloqueio ambiental na casa e na escola das crianças, que é a conduta epidemiológica adequada. Depois disso, a família resolveu transferir um dos garotos para São Paulo e, a partir daí, começamos a receber o monitoramento feito pela equipe do hospital Sírio-Libanês”, explicou.
O uso indiscriminado do medicamento para combater a Meningite Meningocócita (o tipo bacteriano da doença) preocupa a secretária de Saúde. “Esse medicamento é usado também para combater Tuberculose e Hanseníase. O que pode acontecer é que essas pessoas que tomaram indiscriminadamente o medicamente criem resistência a ele e, se precisarem se tratar por causa de uma dessas doenças, o tratamento poderá ficar mais difícil”, comentou.
A secretária lembrou que existe uma equipe preparada para realizar as ações necessárias contra a meningite e outras doenças. “Nossa equipe é competente e faz tudo dentro dos parâmetros necessários. No entanto, também precisamos da imprensa, para que possa divulgar o que realmente acontece, para que a população não entre em pânico”, comentou.
Resultado do Exame – Na sexta-feira (29), o Hospital Sírio–Libanês e a Vigilância Epidemiológica da cidade de São Paulo enviaram o exame final feito em uma das crianças, descartando todas as possibilidades de ser o tipo bacteriano da meningite. “O que as crianças tiveram foi uma meningoencefalite viral, que é uma forma mais branda da doença, que não traz muitos riscos de sequela como a forma bacteriana. No entanto, a Vigilância de São Paulo tem ainda aproximadamente 60 dias para determinar o que causou a meningoencefalite viral”, concluiu a secretária.
Sobre Números – Durante a entrevista Roseana divulgou os números relacionados à meningite. “São 14 casos este ano. Em 2008, neste mesmo período, foram 23, o que mostra a redução nos números de casos. A população pode ficar despreocupada, pois não há risco de haver surto e a equipe responsável pelo controle da doença é muito competente”, esclareceu.