Bertrand Lira

Bertrand Lira é cineasta e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPB/Campus I
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Sai do papel a JP Film Comission, agora a classe cinematográfica espera a Agência de Cinema.

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A Funjope – Fundação de Cultura de João Pessoa tem, nos últimos anos, estabelecido boas parcerias buscando fazer deslanchar de vez o nosso cinema para que não fique apenas na frutífera “primavera” de 2018, um mérito da gestão anterior, quando seis longas realizados aqui despontaram no cenário nacional e internacional. O propósito da Funjope, na atual gestão, desde o ano passado, tem uma meta ainda mais ambiciosa, é criar a Agência de Cinema e Audiovisual de João Pessoa (ACAP) e a João Pessoa Film Comission, que colocarão a capital no circuito de coproduções cinematográficas no Brasil e no exterior.

A finalidade da criação da João Pessoa Film Comission (JPFC) faz parte de uma política municipal para gerar emprego e renda para trabalhadores que prestam serviços diretos para o audiovisual (sonoplastas, roteiristas, câmeras, atores, diretores, figurinistas, etc) que serão arregimentados para as produções nacionais e internacionais que usarem João Pessoa como cenário de seus filmes, séries, clips, publicidade, e profissionais que também prestam serviços indiretos para essas produções audiovisuais, a exemplo do setor hoteleiro, de marcenaria, alimentação, transporte, costura, entre outros serviços necessários. Além disso, outra função fundamental da JPFC é o de mapear os diversos dados gerados pelas produções que ocorrem no município, utilizando dessa inteligência para o desenvolvimento de futuras políticas públicas para o setor.

Num breve flashback, lembremos que a Funjope recebeu Alfredo Manevy e Eduardo Raccah, dois experientes profissionais na área, para uma série de palestras, encontros e debates, a partir de março do ano passado, com diversos segmentos do Audiovisual local, entre sociedade civil organizada, associações, além de Secretarias da Prefeitura de João Pessoa, para escuta, diálogo e construção conjunta dos dois entes públicos dedicados às demandas do audiovisual pessoense.

Alfredo Manevy foi consultor da Unesco para a criação da Brasilia Film Commission. Ele é doutor em audiovisual pela Universidade de São Paulo, professor associado de cinema na UFSC. Coordenou a implantação da Empresa Pública de Cinema de São Paulo – Spcine e da São Paulo Film Commission e presidiu a empresa entre 2014-2016. E Eduardo Raccah coordenou a ação de internacionalização da Spcine, com convênios com Canadá e outros países. Os dois foram consultores para criação da Agência de Cinema e Audiovisual de João Pessoa/ ACAP e da JP Film Commission. Os dois contribuíram com subsídios técnicos, jurídico e político para elaboração e institucionalização legal de uma agência para a administração e fomento das políticas públicas para o audiovisual local e a estruturação de uma film commission do município.

Na mesa “Audiovisual de João Pessoa: Desafios da Institucionalidade e da Governança” com Alfredo Manevy, Daniela Fernades (representante da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura), a cineasta Ana Isaura (pelo setor local), Marcus Alves (diretor da Funjope) e Paulo Roberto, cineasta e Coordenador do Audiovisual da Funjope, no último 8 de março, tivemos a informação na fala de Marcus de que o decreto que cria a João Pessoa Film Commission seria publicado o quanto antes (o que realmente aconteceu, pois dia 10 de março foi publicado no Diário Oficial do Município) e está em trâmite interno na prefeitura, mas exatamente no Gabinete do Prefeito, o projeto de Lei que institui a Agência de Cinema e Audiovisual de João Pessoa e o seu Fundo Municipal para o Audiovisual (que irá gerir os recursos que o órgão captar para suprir suas ações, como por exemplo a parte destinada para o audiovisual da Lei Paulo Gustavo), dependendo somente do despacho do prefeito para a Câmara de Vereadores, onde será analisado e votado, para enfim ser sancionado pelo Prefeito Cícero Lucena até junho de 2023.

A criação de uma Agência, poderá consolidar uma base institucional para construir uma política pública estruturante que reúna um corpo administrativo dedicado, fomento, film commission, formação, eventos de negócios e possa ainda atuar na distribuição e exibição, com o órgão sempre atento às demandas geradas pelo setor e, a partir daí, criar novas políticas que vão mais além. Os profissionais do audiovisual da Paraíba esperam ardentemente que a criação da Agência, necessária para a consolidação da cidade da Parahyba como um polo do audiovisual brasileiro. Não temos dúvida que pessoal qualificado e criativo a Paraíba tem de sobra, atestado pelas belas produções que frequentam festivais no Brasil e no exterior, arrebatando reconhecimento de especialistas e prêmios.

Esta ação consolidada será o marco cultural do audiovisual desta gestão, possibilitando enfim todo o potencial que o audiovisual da Parahyba tem, sendo exemplo no país como uma das mais arrojadas e fortes políticas públicas para o desenvolvimento do setor. Construída em um amplo diálogo com o segmento competente. Oxalá em junho possamos lançar rojões e foguetes de São João também em comemoração ao anúncio da sanção da Lei que cria a Agência de Cinema e Audiovisual de João Pessoa.

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