O vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSDB), não deixou dúvidas em uma entrevista concedida ao Tambaú Debate da FM Tambaú sobre sua profunda divergência política com o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). Duas semanas depois de uma reunião convocada pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB) para tratar com o chefe do executivo campinense da candidatura do município a uma sede da AACD, Rômulo explicou que sua ausência na reunião com Cássio e Veneziano se deu pela realização de exames médicos. Em seguida, numa declaração sincera, ele confessou que não teria comparecido ainda que a agenda estivesse livre:
– Eu vejo profundas dificuldades de uma aliança minha com o grupo político de Campina Grande. São divergências políticas e ideológicas. Não é nada pessoal. Mantenho uma relação respeitosa com o senador Vital Filho, com o prefeito Veneziano, com a deputada Nilda Gondim, com a família. No campo político, eu não me sinto confortável.Já cheguei a um momento em que eu tenho o direito de dizer o que eu sinto. Não sou subserviente, mas sou leal e correto. Na hora que meus companheiros mais precisam, contam comigo. O desafio que assumi em 2010, mostrou meu comprometimento com a Paraíba. Não foi para agradar Cássio Cunha Lima nem Ricardo Coutinho. Foi para quebrar um ciclo político que a Paraíba desejava. Dei minha parcela de contribuição, mas em relação a Campina, eu confesso que não tenho nenhuma condição de qualquer aliança nem a curto ou longo prazo com o grupo político de Campina Grande. Eu não fui à audiência da AACD porque tinha marcado um check up. Eu tinha compromisso, mas se eu não tivesse, eu não teria ido. Eu não estou para bater fotos com quem não me agrada, com quem eu tenho divergências de ordem política, ideológica, de práticas administrativas. Eu não teria ido.
Outro tema abordado pelo tucano foi a especulada possibilidade de se candidatar a prefeito de Campina Grande em 2012. Ele disse que essa ideia não passa por sua cabeça:
– Mais do que uma candidatura, eu tenho um mandato de vice-governador a cumprir ao lado de Ricardo Coutinho, que tem me dado espaços na administração e demonstrado carinho e confiança. Meu compromisso é com esse mandato. Em relação à sucessão municipal, temos quadros: Romero Rodrigues, Manoel Ludgério e o nome de Diogo Cunha Lima surge de maneira espontânea. Ele honraria a trajetória do avô, Elpídio de Almeida, do avô, Ronaldo Cunha Lima, e do pai, Cássio Cunha Lima. Resta saber se Diogo quer ser. Se quiser, ele se coloca como um fantástico nome. Tem a maturidade de alguém que foi para a iniciativa privada logo após a conclusão de seu curso. Mas, ele é uma pessoa comedida. Seria natural que ele estivesse ao lado do pai na chegada de Cássio a Campina Grande. Vamos discutir esse assunto. Temos tempo e eu estarei engajado no projeto, mas a sucessão será comandada por alguém que tem autoridade: Cássio Cunha Lima.