O ex-governador Ricardo Coutinho falou sobre a Operação Calvário durante a entrevista concedida ao programa Tambaú Debate, da TV Tambaú, que foi ao ar às 10 horas deste domingo, 5, e disse que não teme cumprimento de mandado judicial relacionado ao seu nome e que confia que o Ministério Público da Paraíba e a Justiça cumprem seu papel. Ele declarou que o tempo é de espetacularização e de pós verdade, onde as pessoas estão sendo julgadas antecipadamente.
“Estamos num tempo de espetacularização, de pós verdade. As pessoas estão sendo condenadas antecipadamente. Estou sendo perseguido e sempre soube que seria”, disse Ricardo Coutinho.
Ele também explicou que, no cenário atual de espetacularização, “uma busca e apreensão sem sentido e que não dá em nada destrói a vida de uma pessoa.”
O ex-gestor também enfatizou não ter enriquecimento ilícito, repetindo a mesma frase duas vezes. “Meu patrimônio é compatível com minha renda.”
Ricardo também falou dos processos que moveu após algumas reportagens em sites da Paraíba sobre a Operação Calvário relacionada ao seu nome. “Já entrei com 30 ações porque, se tem uma acusação você tem que provar. Uma notícia falsa é dada ‘aqui’, repercutida ‘acolá’, compartilhada em vários grupos de WhatsApp…”
Ele também comentou sobre a delação da secretária de Administração, Livânia Farias. “Eu soube que Livânia confessou, mas o Ministério Público da Paraíba não diz o que ela confessou. Onde que isso atinge o Estado?”
Ricardo Coutinho também citou que a oposição é muito desqualificada. “Não é acusação, é uma constatação.”
Questionado da sua aliança com Cássio Cunha Lima em eleição para governador, Ricardo explicou que foi procurado e que, sem dúvida, sabia que haveria rompimento. “O Estado deixou de servir a poucos para servir a muitos com o mesmo dinheiro. Por que esse dinheiro não aparecia anteriormente?”, completou o ex-gestor ao falar que a oposição é a principal responsável pelo que considera como perseguição vivida atualmente por ele.
Ainda sobre os aliados de projeto partidário investigados, Ricardo Coutinho explicou que a frase “Ninguém solta a mão de ninguém” foi dita pelo atual governador João Azevêdo e repetida por ele. “Se eu acho que você não é culpado, eu não vou abandoná-lo.”
Segundo definição do Ministério Público da Paraíba (MPPB), a Operação Calvário, no Estado, investiga núcleos de uma organização criminosa comandada por Daniel Gomes da Silva, que é responsável por desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, através de contratos firmados junto a unidades de saúde do Estado, com valores chegando a R$ 1,1 bilhão, possuindo atuação em outras unidades da federação, e exemplo do Rio de Janeiro.