O governador José Maranhão (PMDB), que tenta o seu quarto mandato, admitiu que vai revisar os 22 planos de cargos e carreira que foram aprovados na gestão de Cássio Cunha Lima e que poderá rever os benefícios adquiridos pelos funcionários efetivos. Maranhão declarou que os excessos na folha são resultados desses planos que ele considera como “herança maldita”. A declaração foi dada em resposta ao candidato do PSB, que lhe perguntou sobre os encargos com pessoal no orçamento do Estado.
Segundo o socialista, o ex-governador Cássio Cunha Lima deixou a folha com 44% do seu total comprometidos com a folha de pessoal e esse percentual, na gestão Maranhão III já estaria em 55%. “Isso significa que, ao assumir o o seu mandato, Maranhão encontrou uma folha orçada em R$ 9,2 milhões. Ao fim de 2009, esse montante chegou a R$ 15 milhões e em julho estava em R$ 22 milhões. O aumento foi de R$ 650 milhões por ano na folha de pessoal, sem dar R$ 1 de reajuste”, destacou.
Para Ricardo Coutinho, o governo Maranhão está cometendo crime de responsabilidade, porque já ultrapassou os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e onerou os cofres públicos com nomeações eleitoreiras.
“Quando assumi a Prefeitura de João Pessoa, encontrei três meses de salários atrasados, mas com uma ação de racionalização de custos, conseguimos pagar os atrasados, manter os salários em dia e criamos e aprovamos três cargos de carreiras e remuneração. Com medidas simples e viáveis, mudamos uma realidade. E é isso que vamos fazer pela Paraíba”, enfatizou.
Maranhão, contudo, disse que os números citados por Ricardo Coutinho não eram verdadeiros. O governador disse que as contratações de servidores temporários na Prefeitura de João Pessoa correspondem a 42% das despesas com pessoal: "A Prefeitura da capital, que o senhor administrou, tem 73% a mais de pro-tempores que o Governo do Estado. Você não vai me fazer intriga com os servidores. Essa é a lógica de seu aliado [Cássio Cunha Lima]. Foi isso que ele fez e se quebrou", disse.
Barragens – O governador licenciado Zé Maranhão (PMDB) perguntou ao ex-prefeito Ricardo Coutinho se ele conhecia os municípios e as barragens do Estado. Ricardo Coutinho deu uma resposta genérica sobre a importância das barragens e foi criticado pelo governador. Maranhão afirmou que o socialista demonstrou despreparo incompatível com um postulante ao Governo da Paraíba e emendou: “Condado fica em Conceição e atende ao abastecimento do município e à atividade da piscicultura, Mucutu fica em Juazeirinho, cuja finalidade supletivamente é atender ao abastecimento de água de Juazeirinho e de outras cidades, que, inclusive, já são atendidas pela adutora Cariri”.
O peemedebista também lembrou aos paraibanos que o adversário usa uma plataforma para enganar. “Não é verdade que haja excelência dos serviços sociais na gestão de João Pessoa no mandato de Ricardo. Um exemplo é a maternidade Santa Maria em Mangabeira, que foi fechada. Outro é o Hospital de Valentina, que ficou cinco anos fechado pra reformar”, observou, citando que o Hospital Clementino Fraga teve duplicado o número de leitos já nesta gestão de Maranhão, num período de apenas seis meses. “E está funcionando de uma forma que a Paraíba inteira conhece”, acrescentou.
Ainda no segundo bloco, Zé lembrou que “o Estado repassa com regularidade os recursos do SUS. “O Hospital de Guarabira deixei funcionando com um centro de hemodiálise, e quando assumimos agora não existia mais nada disso”. Zé relembrou que na gestão atual já fez muito mais pela saúde que o governador anterior.
Ricardo Coutinho replicou. Ele disse que não precisava decorar os nomes das barragens para ser um bom governador: "Decorar nomes de barragens não prova nada. Eu decorava quando tinha seis ou sete anos de idade. Essa preocupação com decorar nomes mostra o tamanho dos seus sonhos. O senhor que por toda a culpa em Cássio Cunha Lima. O senhor tem um problema sério com Cássio, mas isso não é problema meu e nem da Paraíba. Quanto aos hospitais, quem fecha hospitais és tu. Fechasse Lastro, vai fechar Guarabira e João Pessoa vai ficar superlotada. Eu transferi a Santa Maria para o Cândida Vargas. Você fecha hospital e eu abro", disse.