O reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) deu uma declaração surpreendente ao Tambaú Debate da Nova Tambaú FM. O economista Rômulo Polari diagnosticou os principais problemas da Paraíba e disse que o Estado teria que solucionar a involução econômica, melhorar os indicadores sociais, que atualmente são os piores do Brasil e também reverter o desequilíbrio espacial do desenvolvimento, que se concentra na zona da mata. Em seu comentário, Polari também considerou que o esforço recentemente anunciado pela bancada federal, capitaneada pelo deputado federal Ruy Carneiro (PSDB), no chamado "Pacto pela Paraíba", não é a solução para colocar o Estado nos trilhos do desenvolvimento.
– O Pacto é uma parte de uma ideia de recuperação e promoção do desenvolvimento da Paraíba, mas ela não é o início. Ela deveria ter sido o fim. Primeiro, é preciso ter um projeto. Não adianta abordar a presidente Dilma Rousseff sem ter projetos com boas justificativas. Tem que ser um projeto executivo com boas justificativas de desenvolvimento e boa relação custo benefício. Acho que as obras citadas pela bancada são pontuais que não têm um todo orgânico. É preciso perguntar: você quer isso para quê? Você quer um porto para que a Paraíba tenha um setor produtivo e possa produzir e exportar ou para ser apenas um local onde os estados outros produzem e vêm exportar por aqui? Na área de infraestrutura, é fundamental ter não apenas o transporte portuário, mas Cabedelo , com as limitações naturais que tem, jamais será o porto que a Paraíba precisa. A Paraíba não vai a lugar algum com os aeroportos que têm. As reformas do João Suassuna e do Castro Pinto já eram insuficientes quando terminaram. E um aeroporto é uma estrutura que se constrói pensando em 15 anos, no mínimo à frente.
De acordo com o reitor da UFPB, os itens citados como prioritários pela bancada federal paraibana para serem encaminhados como pedidos do Estado à presidente da República estão "fora de foco":
– Não existe projeto. Não adianta abordar a presidente. Se chegarem a Dilma dois Estados, um com um projeto completo, dizendo quanto custa e para que quer e outro dizendo que quer o dinheiro e ainda vai fazer o projeto, para onde irá o dinheiro? A presidente tem 4 anos de mandato e quer realizar obras no mandato dela. O que tem projeto ainda corre o risco de não ter obra inaugurada, imagina o que não tem projeto
Polari, que vai lançar em breve o livro "A Paraíba que podemos ser: da crítica à ação contra o atraso", ainda citou como necessidades urgentes a criação de um aeroporto no sertão da Paraíba, estradas para ligar o litoral norte e sul, duplicar a BR 230 depois de Campina Grande, melhorar o acesso de João Pessoa ao Brejo e integrar a Paraíba à Transnordestina.