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Quem ataca Adriana Bezerra?

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Matéria do portal ParlamentoPB no último dia 30 de abril [https://goo.gl/LEzEzr], informa que a jornalista Adriana Bezerra procurou uma delegacia especializada em crimes virtuais para preservar-se dos ataques de um ouvinte que, nos últimos cinco meses, vem enviando e-mails ofensivos por conta da livre opinião da jornalista. Situações de constrangimento à opinião e, antes de tudo, um constrangimento à democracia.

Dentro e fora da imprensa surgem vozes, ainda que muito tardiamente, criticando o ódio e a intolerância em debates políticos. A crítica é destinada de igual modo à esquerda e à direita, que estariam impedindo um debate mais profundo e consequente sobre os destinos e os problemas do país com uma inadequada polarização. Este tipo de concepção justifica-se por ingenuidade ou decisão política e/ou editorial de não atacar a direita, por afinidades subjetivas ou objetivas.

O jornalista Kennedy Alencar, que não é um militante de esquerda, publicou texto em seu blog, também no último dia 30 de abril [https://goo.gl/5mE3VM], com dados incontestáveis mostrando o seguinte: não é a direita e sim a esquerda que é vitimada pelo clima de intolerância criado no país. Por óbvio, a imprensa não está isenta de responsabilidade neste estado da arte.

De norte a sul do país, em emissoras de alcance nacional ou alcance regional, é lugar comum comentaristas falarem alto, baterem na mesa e abusarem de adjetivos contra políticos ou ideias de esquerda, porém, com comportamento antípoda com políticos ou ideias de direita. Quantos colegas de Adriana Bezerra que expressam opiniões contrárias às suas sofreram constrangimentos semelhantes em algum momento de suas carreiras, sobretudo de 2010 em diante, quando a direita brasileira resolveu “sair do armário”?

Quantas pessoas de direita tiveram seus carros danificados por usarem algum adesivo expressando alguma convicção ou escolha por algum partido ou simpatia por político?

Alguma vereadora de direita foi assassinada por conta de suas opiniões e até hoje, dois meses depois, a polícia não conseguiu encontrar os responsáveis por este crime político?

Alguma caravana de direita foi atacada com tiros pelo Sul do país? Tiros! Uso de arma letal! Alguma manifestante de direita já foi baleada por algum louco de esquerda que passou atirando? Algum acampamento de direita também já sofreu ataques a tiros?

Algum magistrado foi às redes sociais sugerir chutes e cusparadas em alguma senadora de direita dizendo o autor da agressão pagaria cerca de 80 reais, se condenado?

Alguma senadora de esquerda comemorou quando seus apoiadores agrediram com chicotes manifestantes de direita em frente a uma Casa legislativa?

Qual teria sido a reação da maior parte da imprensa se as situações acima de fato tivessem acontecido? E qual foi a reação da maior parte da imprensa nos casos idênticos listados acima, mas, que vitimaram a esquerda, apenas neste ano de 2018? Por estas e outras é que Adriana Bezerra sentiu-se ameaçada no exercício de sua liberdade de expressão.  

E que sociedade democrática faz alguém sentir-se ameaçada por conta de suas opiniões, independente de ser jornalista ou não? E se uma jornalista, que tem o poder de se fazer ouvir pelo conjunto da sociedade, precisa procurar a polícia para se proteger devido ao exercício de sua liberdade de expressão, o que pode acontecer com uma pessoa qualquer que não tenha a mesma visibilidade?

Já ocorreram alguns poucos casos isolados de reações contra profissionais da imprensa que cobrem manifestações de esquerda, mas, ao que consta, nenhum deles pelo exercício da profissão e sim contra a simbologia de empresas de comunicação que diariamente fomentam com sua parcialidade ataques às forças de esquerda. E, registre-se, apenas nestes casos isolados é que a condição de trabalhador dos jornalistas é lembrada. No mais, absolutamente nenhum profissional da imprensa regional, ainda que de direita, já passou por qualquer constrangimento. Os ataques à esquerda não são poucos e tampouco são casos isolados.

Não é difícil entender a situação em que chegamos quando apenas nos últimos três anos diretórios do Partido dos Trabalhadores sofreram atentados [https://goo.gl/GfZbw6] e sem a devida investigação ou punição dos responsáveis. Só para citar os mais recentes atentados: São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Ribeirão Preto, Joinville e Goiania, sem contar atentados no Instituto Lula. Ou será que os atentados estão justificados porque foram contra sedes do PT, como pensam e agem livremente seus autores?

Acreditar que a esquerda é responsável pelo clima de intolerância que se verifica no país só é possível com doses cavalares de ingenuidade, ou anuência às ideias e aos métodos da direita. Mas, replicar acriticamente a linha editorial panfletária das grandes empresas de comunicação do país é escolha.

No andar de cima, porém, o que se percebe é uma estratégia política muito bem delineada. Interessa à direita brasileira consolidar a noção de que o país está fortemente dividido entre dois extremos, um representado pelo deputado Jair Bolsonaro e outro representado pelo presidente Lula. Vendendo a ideia de que Lula representa ideias de uma esquerda oposto complementar de Jair Bolsonaro, fica mais fácil vender-se como centro equilibrado e responsável. Por isso, é útil tentar convencer a população de que a esquerda é igualmente responsável pelo clima intolerância.

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