Adriana Crisanto

Jornalista profissional (DRT/PB n. 1455/02-99). Especialista em Jornalismo Cultural, mestre em Serviço Social (C.Política) pela Universidade de Salamanca e Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com atuação na imprensa local.

Quarentena fílmica

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Dois filmes leves, engraçados sem ser piegas e inteligentes podem ser assistidos pelo Netflix. Um deles é Santo Time ou “Baje De Dios”, um filme espanhol de Curro Velasquez e Mauricio Romero (2017). O longa conta história de um mosteiro falido que tem como única opção de salvar-se vencer um campeonato de futebol (Champion Clerum) somente para religiosos.

Os monges do mosteiro falido têm apenas uma opção para salvar a casa de formação deles: vencer o “Champion Clerum”, um torneio de futebol europeu para padres e seminaristas. O problema é que nenhum dos monges do mosteiro tem ideia de como se joga futebol. Se eles querem ganhar a taça, precisarão, mais do que a bênção do arcebispo.

Santo Time deixa para nós, e para os que estão na caminhada religiosa, uma reflexão importante de que um convento, um mosteiro ou seminário não precisa ser um lugar cheio de regras, chato e onde apenas se reza, estuda, trabalha e obedece, mas, pode ser um ambiente divertido e subversivo ao mesmo tempo. Mostra também que Deus pode estar dentro da igreja, do templo, mas ele está mais vivo ainda nas ruas, no rosto dos pobres, dos doentes e necessitados.

No elenco estão os atores: Karra Elejalde, Alain Hernández, Juan Manuel Montilla que deixam mais leve todo contexto do filme. Essa é uma das produções que ficam escondidas dentro do emaranhado de séries, filmes, documentos, curtas e tantos outros que a plataforma de filmes possui.

Outro filme é “Toc, toc, toc”, também espanhol, dirigido por Vicente Villanueva. No elenco os atores Paco León, Alexandra Jiménez, Rossy de Palma fazem parte de um grupo de pessoas que possuem “Transtorno Obsessivo Compulsivo (Toc)”, e vão para o consultório psiquiátrico. O médico que iria atendê-los se atrasa para as consultas, porque embarcou em voo errado e está preso no aeroporto, mas, avisa à sua recepcionista que os pacientes devem esperá-lo.

Na verdade, o psiquiatra se faz passar por paciente e tem um transtorno um tanto estranho de chamar palavrão com as pessoas do nada. Cada personagem tem um transtorno obsessivo: por limpeza, por lateralidade, acumuladores, obscenos, repetidores, por números, perfeccionistas e outros. Todos precisam suportar as peculiaridades excêntricas um do outro enquanto espera a chegada o médico, que já está entre eles, sem que os mesmos percebam.

O médico só é revelado no final da cena quando todos ficam amigos, trocam contatos e marcam para se encontrar em outro lugar que não seja no consultório. Eles se comprometem em ajudar um ao outro com sua obsessão. O filme de forma engraçada aborda uma questão séria do comportamento da sociedade atual que moram nos grandes centros urbanos.

“Toc, toc, toc” faz também um paralelo com o ato de bater na porta antes de entrar. Os personagens são cativantes e bem descritos em seus comportamentos, o que não torna o filme monótono. É uma boa escolha para os dias difíceis de quarentena e um alerta para que nós, com essa reclusão, não estejamos vulneráveis em adquirir algum toc, toc, toc.

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