Allysson Teotonio

Jornalista, publicitário e fotógrafo

“Quanto vale um homem para amar você”

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De Sarney a Bolsonaro, o Centrão é governo. É a turma que mais vende votos no Congresso em troca de cargos, verbas e demais benesses que somente o poder é capaz de dar. De mão beijada.

O capitão passou um ano e cinco meses fingindo que não precisava do Centrão para sobreviver. Agora cai no colo bastante fragilizado, quando já há mais de 30 pedidos de impeachment na Câmara.

O apoio dos seus velhos amigos vai sair ainda mais caro. Sim, velhos amigos. O vice dele sairia de lá, mas ele foi rejeitado e trocado por Alckmin em 2018. Eleito presidente, vingou-se. Afastou-se do Centrão. Agora, precisando de novo, fez as pazes. Segue o baile – de máscaras.

Roberto Jefferson chegou, Moro saiu, Bolsonaro mexeu na PF e Rodrigo Maia se reaproximou. Nada é por acaso na política. Tudo é sintomático.

Bolsonaro já disse que voltou a “namorar” Maia. Jogou mais uma isca para atrair o presidente da Câmara ou foi mais um jogo de cena. Mas certamente ele vai querer um aliado na presidência da Casa e, para isso, precisa do Centrão e de menos poder para Maia, se ele não topar o “namoro”.

O fato é que o capitão faz o que todos fizeram, desde Sarney. Comprou apoio político e ganhou sobrevida. Resta saber a que preço. Só saberemos quando a fatura chegar.

Por favor, não seja ingênuo. Saiba que o Centrão não chegou por amor ou por paixão. Ele vende prazer mediante pagamento. E você sabe qual é o nome disso, né?

 

Allysson Teotonio

*O título do artigo é um verso da música “Garoto de aluguel – Taxi Boy”, de Zé Ramalho.

 

 

 

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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