O Brasil inteiro passou a discutir o impacto do uso das redes sociais na saúde mental, especialmente de jovens, depois da morte do estudante Lucas Santos, 16 anos, filho da cantora Walkyria Santos. O rapaz tirou a própria vida no último dia 3 depois de ser alvo de comentários de ódio em seu perfil no Instagram e Tik Tok. Em artigo encaminhado ao ParlamentoPB, a psicóloga Maria Helena M. do Vale Nóbrega (Facene – Famene) analisa a relação entre “Saúde Mental e Rede Social” e alerta para o excesso de conexão com as redes: aproximadamente 20% do nosso tempo acordado é empregado neste tipo de interação virtual.
Confira a íntegra do artigo.
Saúde Mental e Rede Social
Vivemos um momento onde a necessidade imediata por informação é evidente. Temos o mundo em nossas mãos e no primeiro sinal de uma notificação prontamente paramos tudo que estamos fazendo e iniciamos assim o momento de distração, que começa com a resposta de uma pergunta e pode levar um longo tempo precioso do seu dia.
Este hábito, porém, comprovadamente não é nada saudável, segundo a empresa britânica de estatísticas Globalwebindex, o Brasil é Vice – Campeão de tempo gasto em rede social, em média são 3 horas e 25 minutos diários.
A pesquisa leva em consideração o tempo médio de sono que em geral é de 8 horas por dia, esse tempo gasto em rede social representaria aproximadamente 20% do nosso tempo acordado e é aí que o hábito de rolar o feed no Insta começa a apresentar riscos para o nosso bem estar físico, social e mental.
Sempre ouvimos dos mais velhos que: ” Tudo demais é veneno” e esse antigo ditado popular, passa a fazer muito sentido nesse contexto, as Redes potencializam tudo que já temos de sentimentos em especial para aqueles com predisposição para a ansiedade, depressão, compulsão e mais uma série de outros transtornos sem esquecer do perigo fatal que é o Suicídio.
O Suicídio não é um fenômeno recente, mas a cada novo caso a sociedade é impactada fortemente e os Órgãos de Saúde se deparam com um problema de Saúde Pública extremamente grave: a cada 40 segundos uma pessoa morre no mundo. No Brasil, a cada 46 minutos uma pessoa tira a sua própria vida.
Essa realidade se torna ainda mais devastadora quando os motivos são revelados, principalmente entre os jovens influenciados pelos filmes, séries, redes sociais, conflitos relacionados à opção sexual e uma possível desesperança com relação ao futuro.
É inegável o atrativo trazido pelas Redes Sociais. Dificilmente encontramos alguém que não está no Instagram, que por sua vez nos oferece uma infinidade de utilidades, mas que também nos aprisiona no desejo de SER e de TER. De ser digital influencer, de ser belo, de ter o corpo sarado, de fazer as melhores viagens e possuir os objetos das marcas mais caras do mercado.
A “vida de novela” que é incansavelmente curtida, se torna o foco de muitos jovens, em destaque aqueles com idade entre, 14 e 24 anos que buscam a aceitação dos grupos e que acreditam muito que a vida dos outros é bem melhor que a deles.
As redes sociais modificam a forma que os jovens possuem de se comunicar com o mundo, existe uma necessidade constante em receber aprovação virtual e tudo isso gera uma grande pressão, o bullying que estava restrito ao ambiente escolar ultrapassa os seus limites e se tornam perturbadores ao longo das 24 horas do dia.
Pensando em todos esses malefícios para a Saúde Mental e pela Toxicidade que se descortina no meio virtual se faz necessário e urgente policiar e vigiar o uso excessivo fazendo uma verdadeira Dieta virtual, para que os danos não sejam irreparáveis e fatais, cuidar da Mente antes que seja tarde demais com o auxílio de um Psicólogo especializado, pois existe a prevenção para o Suicídio, as pessoas que buscam ajudam serão compreendidas e jamais serão rotuladas por isso.
Depois da leitura deste pequeno comentário que certamente está sendo divulgado nas redes, ative o sino das notificações da sua Saúde Mental e aproveite o que a Internet pode te trazer de interessante, ficando distante de tudo que causa angústia, dúvida, sofrimento e que pode levar ao fim de uma vida.
Maria Helena M. do Vale Nóbrega
CRP 13 – 5677
