O pequeno PRTB deu uma grande demonstração de força ontem levando uma multidão à Domus Hall para a convenção partidária. A casa de shows ficou lotada para a homologação da candidatura do Major Fábio ao Governo da Paraíba, tendo o dentista Jod Candeia, de Patos, como candidato a vice. Sérgio Queiroz também foi confirmado para concorrer ao Senado.
Além de ter sido uma solenidade com a participação de grande público, algo impensável para um partido de pequena projeção na Paraíba, há outra particularidade na convenção de ontem: o candidato ao Senado tem mais destaque que o candidato ao Governo. Para dizer a verdade, se não fosse a opção de Sergio Queiroz para concorrer ao Senado nestas eleições, provavelmente o PRTB não teria formado sequer uma chapa majoritária. Também foi por causa dele que o evento ficou apinhado. A convocação foi também feita pelo pastor e direcionada principalmente ao segmento evangélico paraibano, que já o acompanha por causa do trabalho à frente da Fundação Cidade Viva.
E foi uma festa bastante Bolsonarista, apesar do presidente apoiar na Paraiba outro candidato: Bruno Roberto, do PL. O ambiente estava todo decorado com bandeiras brasileiras. O próprio candidato ao Senado e a esposa subiram ao palco segurando uma bandeira do Brasil. No discurso, Sergio ressaltou pontos que o presidente da República sempre cita quando fala a multidões: o pastor se declarou a favor da legítima defesa, uma forma sutil para não se posicionar escancaradamente pelo uso de armas, também citou a valorização da família e se colocou contra a ideologia de gênero e contra o aborto.
Sergio mencionou textualmente o nome Bolsonaro por ter lhe dado a oportunidade de exercer três secretarias na cúpula do governo federal. Ele foi secretário especial de Modernização do Estado, Secretário Especial do Desenvolvimento Social e Secretário Nacional de Proteção Global.
Em meio a todo esse esforço, uma especulação pairou sobre a convenção do PRTB e foi uma tese admitida pelo próprio astro partidário: o PRTB pode se aliar ao governador joão Azevedo nas eleições. Nada há de concreto. Ainda. Sergio Queiroz tangenciou mas, disse que pode ser que haja algum ajuste na chapa, e talvez a inviabilidade de algum candidato. O que se comenta é que o pastor poderá ser o nome que falta na chapa governista disputando o Senado.
Caso isso se concretize, será uma senhora surpresa. Sérgio, bolsonarista, ao lado de João, lulista, é uma composição improvável, mas a Paraíba já viu situações tão surreais que essa seria apenas mais uma. Mas se conseguirem unir conservadores e progressistas nesse nível e num momento de tanta polarização entre direita e esquerda podem patentear a fórmula. Ela estará para a política assim como a da Cola Cola está para o mundo empresarial.