Edmundo Barbosa

Edmundo Barbosa é presidente-executivo do Sindalcool-PB, membro do Conselho da Indústria e da Agropecuária da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Bioenergia Brasil. Atua como empresário em João Pessoa-PB desde 1975.
Edmundo Barbosa

Propostas de políticas públicas para a descarbonização em João Pessoa

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Esta proposta enfatiza a importância de João Pessoa se comprometer com a transição energética e a descarbonização nos transportes, destacando a relevância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o papel do etanol como uma solução viável para a mobilidade urbana. Essa transição é crítica não apenas para o cumprimento das metas do Acordo de Paris, mas também para melhorar a saúde pública e promover o desenvolvimento econômico por meio da criação de empregos em setores sustentáveis. A proposta tem benefícios em relação a qualidade de vida para residentes e turistas.

A cidade de João Pessoa enfrenta o desafio de reduzir sua dependência de combustíveis fósseis e implementar políticas de mobilidade mais sustentáveis. A aceleração da descarbonização automotiva é uma estratégia central, que poderá gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais. Isso envolve promover o uso de biocombustíveis, como o etanol, que é uma opção importante para reduzir emissões sem comprometer a produtividade e a inclusão social.

Se essa transição for realizada de maneira planejada e equilibrada, ela também pode resultar na diminuição de problemas de saúde relacionados à poluição do ar, como doenças cardiorrespiratórias, contribuindo para uma cidade mais saudável e sustentável. Deve ser lembrada a importância de redução de emissões em razão da cidade ter na sua principal artéria de acesso, a BR 230 com elevadas emissões de veículos pesados.

As políticas públicas para a descarbonização de João Pessoa podem ser estruturadas em torno de três principais frentes no setor de transportes:

1. Ampliação do uso de etanol em veículos leves: Incentivar o uso de etanol, um biocombustível renovável, como substituto da gasolina em veículos leves. Isso pode ser feito por meio de incentivos fiscais para revendedores do biocombustível etanol, além de campanhas de conscientização através do PROCON e Secretarias de Meio Ambiente Saúde e Educação para incentivar os consumidores a optarem por veículos híbridos flex e abastecerem com etanol.

2. Utilização de Diesel S10 em transportes pesados: O Diesel S10 é um combustível de baixo teor de enxofre, que resulta em menos emissões de poluentes locais e gases de efeito estufa. Políticas públicas podem incluir a obrigatoriedade do uso do Diesel S10 emfrotas públicas e privadas, especialmente nos setores de transporte coletivo e de carga, além da fiscalização e controle da qualidade do combustível utilizado.

3. Substituição do diesel por biometano: O biometano, obtido a partir de resíduos orgânicos, é uma alternativa ao diesel em veículos pesados. Políticas públicas podem fomentar a produção local de biometano, incentivar a construção de infraestrutura para distribuição e abastecimento, e criar programas para conversão de frotas de veículos pesados para o uso desse combustível.

Essas medidas visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade do ar, além de promover o desenvolvimento de uma economia mais verde e sustentável para João Pessoa.

Ar tóxico – Enquanto ignoramos o impacto dessas emissões desenfreadas de gases poluentes, gases de efeito estufa, estamos acelerando as mudanças climáticas e deixando o ar que respiramos cada vez mais tóxico.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, a mudança do clima e a poluição do ar são consideradas a primeira emergência em saúde global.

A poluição do ar já é responsável por em cada dez óbitos no mundo, pois provoca doenças respiratórias, doenças do coração, derrame cerebral, aumenta o risco de diabetes, demência, prejuízo do desenvolvimento cognitivo e mais, esses problemas de saúde causam grande impacto econômico na saúde pública custando mais de cinco trilhões de dólares por ano no mundo. Em João Pessoa, a redução das emissões representa poupar vidas e reduzir gastos na saúde.

Seja qual for esse valor seria possível investir no necessário para o cumprimento do acordo de Paris, freando o avanço das mudanças climáticas e desacelerando a emergência em saúde global aqui também.

Ao direcionar os recursos para o lugar certo, poderíamos controlar os poluentes climáticos, reduzindo o aquecimento global em até meio grau Celsius.

Em poucas décadas, evitando dois vírgula quatro milhões de mortes prematuras e mais de cinquenta milhões de toneladas de perdas de colheitas por ano devido ao ozônio e as queimadas e incêndios criminosos. Na Paraíba, 65% da cana é colhida com máquinas colheitadeiras e esse volume deve crescer nos próximos anos.

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