Estrutura comprometida, instalações elétricas expostas, infiltrações. Essas foram algumas das irregularidades encontradas pela Promotoria de Defesa dos Direitos da Saúde de João Pessoa no Hospital Infantil João Soares, durante inspeção realizada, nesta quinta-feira (28), localizado na avenida Cruz das Armas. A inspeção contou com a participação dos Conselhos Regionais de Medicina, Farmácia, Psicologia, Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia e Vigilância Sanitária.
Segundo o promotor João Geraldo Barbosa, o hospital possui 63 leitos dos quais 57 são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 34 ocupados. “O hospital não tem serviço odontológico, não realiza cirurgias, nem possui unidade de terapia intensiva”, informou o promotor.
“Durante a inspeção, verificamos que a estrutura está bastante comprometida em relação à conservação. Boa parte da estrutura tem rachaduras, infiltrações, mofo, azulejos caídos, instalações elétricas expostas, inclusive com a iminência de incêndio”, disse o promotor, acrescentando que foi evidenciado um depósito com fiação exposta e próximo de materiais armazenados, como papel higiênico e frascos de álcool.
Ele informou ainda que a limpeza do hospital é feita por apenas três pessoas. “Existe deficiência no laboratório que não realiza alguns exames e só funciona das 6h às 18h, quando o recomendado é o funcionamento por 24h. O equipamento microcentrífuga encontrava-se em desuso, sendo retirado no momento da fiscalização pelo responsável pelo laboratório”, explicou.
Estrutura – Outro problema apontado pelo promotor João Geraldo foi a ausência de ventilação adequada em todos os setores por deficiência da própria estrutura do prédio. “O técnico do Conselho Regional de Psicologia apontou que o setor de psicologia só possui um profissional, o que é insuficiente, e também há poucos brinquedos para a terapia”, disse.
Também foi verificada a falta de abrigos de resíduos para lixo comum e para o hospitalar contaminado. “Encontramos caraças de equipamentos e mobiliários nos corredores do hospital, precisamente próximo à lavanderia e à cozinha. Além disso, alguns colchões estavam expostos no pátio”, declarou.
Ficou constatado também que a cozinha possui iluminação deficiente, ausência de ventilação adequada e de telas que evitam a entrada de insetos. Na lavanderia, o maquinário para engomar as roupas estava desativado.
Radiologia – João Geraldo informou ainda que o setor de radiologia exalava um odor forte, inclusive com manchas de infiltrações no chão. “A validade da licença de operação para dispensação de resíduos de setor de radiologia estava vencido desde agosto de 2008”, disse.
“Foi nos informado que a unidade encontra-se naquela situação porque passa por problemas financeiros, o que a impede de conseguir a certidão negativa do INSS e do FGTS, as quais são necessárias para obtenção de benefícios e incentivos, como verbas federais”, concluiu o promotor.