A Promotoria da Saúde de João Pessoa e órgãos de fiscalização realizaram, nesta quinta-feira, 10, uma fiscalização no Hospital Prontocor (Pronto Socorro Cardiológico) e constataram diversas irregularidades. De acordo com o promotor de Justiça João Geraldo Barbosa, o problema mais grave encontrado foi a falta de uma Comissão de Controle à Infecção Hospitalar (CCIH) no hospital.
O promotor informou que o Prontocor possui 72 leitos, sendo 44 para pacientes do SUS. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) possui oito leitos. “O hospital não possui odontólogo para acompanhar esses pacientes da UTI, conforme determina Portaria Federal. Além disso, não há psicólogo e os profissionais de enfermagem são insuficientes”, disse o promotor. Ele foi recebido para responsável do Recursos Humanos, Edivânia Ribeiro.
O Corpo de Bombeiros constatou que a iluminação de emergência é precária e os extintores estão posicionados em subidas de rampas. O Prontocor apresenta ainda sinalização de saída de emergência deficiente. Na cozinha, os órgãos de fiscalização encontraram janelas sem proteção contra insetos, a dispensa possuía alimentos em contato com a parede e os funcionários estavam sem luvas e com sandálias abertas.
Outros problemas encontrados constatados foram a insuficiência de dispensadores de álcool gel, a falta de corrimões nos corredores, paredes com infiltração, fiação exposta, ventilação inadequada. “Na enfermaria não há ar-condicionado e os ventiladores são trazidos pelos próprios pacientes. Eles também trajavam roupas pessoais e não hospitalares e levam TV para os apartamentos e roupas de cama. Além disso, as acomodações para os acompanhantes são inadequadas. Às 10h25min, não havia sido feita a limpeza da enfermaria”, informou João Geraldo.
Sem cirurgias – O Conselho Regional de Medicina constatou que o serviço de hemodinâmica (conjunto de procedimentos médicos invasivos para diagnóstico e tratamento de cardiopatias) está desativado, o que é um problema em se tratando de um hospital de referência em urgência cardiológica. Também não havia um desfibrilador na área da urgência, somente na sala de cirurgia. O laboratório só funciona durante o dia.
O promotor informou ainda que o bloco cirúrgico encontra-se desativado. A administração do hospital explicou que, desde setembro do ano passado, uma nova gestão assumiu no lugar do antigo diretor-geral, Fernando Dias, que foi afastado por ordem judicial. Também foi informado que o hospital vem enfrentando sérios problemas financeiros.
A inspeção contou com a participação de órgãos de fiscalização como os Conselhos Regionais de Medicina, Farmácia, Enfermagem, Odontologia, Serviço Social, Fisioterapia, Psicologia e Nutrição, além da Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. Com essa inspeção, a Promotoria retoma, em 2011, a série de fiscalizações realizadas nas unidades de saúde da Capital que teve início em maio de 2010.