BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu nesta sexta-feira, 20, explicações ao ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre o fato de ele ter aumentado em 20 vezes o seu patrimônio nos últimos anos. Gurgel deu um prazo de 15 dias para que Palocci encaminhe as informações.
No ofício enviado à Casa Civil, o procurador-geral não fez perguntas específicas sobre o crescimento do patrimônio. Ele somente pediu a Palocci que esclareça fatos relatados em duas representações entregues na Procuradoria Geral da República por partidos de oposição. Esse é um procedimento padrão quando a Procuradoria recebe representações.
O Estado revelou em sua edição desta sexta-feira que Palocci enviaria hoje um "esclarecimento espontâneo" à PGR para justificar as atividades econômicas da sua empresa e o alto volume de recursos que recebeu no fim de 2010, após a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. O documento estava pronto e informaria que ele trabalhou para pelo menos 20 empresas, incluindo bancos, montadoras e indústrias, e que boa parte dos pagamentos foi concentrada entre novembro e dezembro do ano passado quando anunciou aos clientes que não mais atuaria no ramo de consultoria.
Na ocasião, segundo a justificativa do ministro, pelo menos 70% dos serviços de consultoria e análises de mercado já estavam concluídos, o que explicaria o pagamento nesse período. Irritado com a divulgação dos dados pelo jornal, Palocci pediu a assessores e advogados para que o documento não fosse remetido nesta sexta. Avaliou que o vazamento das informações prejudica sua defesa à PGR. A estratégia agora é tentar responder até semana que vem, antes dos 15 dias estipulados.
Estadão