O procurador-chefe do Ministério do Trabalho na Paraíba, Eduardo Varandas, prestou depoimento hoje de manhã na audiência da CPI do Tráfico de Pessoas realizada no plenário da Assembleia Legislativa e revelou haver suspeitas de que uma travesti paraibana mantida sob exploração da máfia do tráfico humano na Itália tenha sido assassinada. Além disso, Varandas expôs detalhes da mutilação dos corpos dos adolescentes levados da Paraíba ao exterior e que são obrigados a injetar silicone, de maneira rudimentar, para atuar na prostituição.
Em seu depoimento, Varandas criticou a hipocrisia do Estado ao citar que no Brasil, uma professora de ensino médio recebe menos que uma prostituta. "O país elege o capital e põe de lado seus princípios que estão na Carta da República. Há suspeita de homicídio de uma travesti na Itália. E para as travestis paraibanas que são exploradas na Paraíba a situação é diferente? Temos relatos de pessoas que não querem se identificar que algumas têm que fazer favores sexuais a autoridades. Vamos descortinar o poder público!".
Depois dele, o promotor de Justiça de Jacaraú, Marinho Mendes, falou sobre a rota de tráfico criada no Brejo paraibano onde uma travesti tem estimulado a viagem de vários adolescentes para a prostituição.
– Soube que um menino de 9 anos disse ao pai que queria se prostituir quando crescesse para poder comprar uma casa na Baía da Traição e um carro para dar de presente ao pai – disse Marinho Mendes.