Ampliar assinaturas digitais, aumentar audiência qualificada, reter/fidelizar espectadores, reinventar-se. Esses são alguns dos desafios do jornalismo em 2023, conforme aponta relatório do Orbis Media Review (https://orbismedia.org/). Com 31 páginas, a publicação foi produzida a partir das respostas de 45 diretores e gestores de veículos nacionais de rádio, TV, revista, jornal e plataformas digitais, coletadas entre novembro e dezembro de 2022.
Logo na apresentação (assinada por Ana Brambilla, editora do veículo), o documento sugere: “Nunca foi tão importante que o jornalista tivesse visão de produto”. Em suas primeiras linhas, o relatório também nos instiga: o que os próximos meses reservam ao mercado jornalístico brasileiro? Quais direções serão tomadas pelas mentes à frente dos nossos veículos?
Questões referentes à audiência foram citadas por boa parte dos entrevistados para a produção do relatório do Orbis Media. Para Renato Franzini, diretor de Redação do G1, o maior desafio de 2023 será “atrair a atenção daquela parte do público que evita ativamente ler notícias”.
Eurípedes Alcântara, diretor de Jornalismo do Estadão, Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha de São Paulo, e André Petry, diretor de Redação da Piauí, somam-se à lista dos que veem o público como fator-chave dos negócios. De forma geral, eles apontaram como desafios para este ano, respectivamente: aumento da circulação paga; ampliação da audiência qualificada, que traga circulação paga; e mais assinaturas digitais. Como se diz no popular: falaram igual, mas falaram diferente.
Já Gustavo Maria, diretor de Redação do Esporte da TV Globo, SporTV e Globo Esporte, apontou como desafio para 2023 não apenas fidelizar o público, mas também aproveitar a audiência existente, para fortalecer as plataformas digitais. “A maior oportunidade é aproveitar a nossa força de audiência na TV aberta para fortalecer nossas principais plataformas digitais – tanto em assinatura quanto em receita publicitária”.
Mas se o negócio é faturar bem, atrair e reter a audiência, vídeos ainda têm forte apelo para os veículos. “Não é de hoje que ‘fazer mais conteúdo em vídeo’ soa quase como um mantra em muitas redações”, registra o relatório. O UOL, por exemplo, deve ampliar esforços em 2023 para a produção de vídeos de hard news, programas de entretenimento e documentários.
Na mesma linha, está a Rolling Stone Brasil, conforme cita o editor Eduardo do Valle. “A concorrência com veículos nativos sociais se apresenta como desafio a se compreender e, portanto, também como oportunidade de negócios – incluindo aqui, a produção, distribuição e monetização de vídeos curtos para redes sociais”.
Sobre vídeos, importante trazer aqui outro dado essencial da pesquisa que mostra o rumo traçado pelos veículos para este ano: TikTok e YouTube são queridinhos sim, e não apenas na visão dos adolescentes e suas dancinhas. “(…) é justamente o YouTube e o TikTok que aparecem como as redes sociais que mais receberão a atenção dos veículos em 2023”, registra a publicação.
Enfim, o relatório do Orbis Media Review tem muita informação de relevância para os negócios da comunicação (Parabéns, Ana Brambilla!). Minha sugestão é que você leia o produto com calma, destacando e incorporando à sua realidade o que, de fato, interessa. A propósito: no fim do documento tem 23 provocações/recomendações para os veículos em 2023. Se eu fosse você, dava uma espiada lá agora mesmo!