O presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira (Aspol), Flávio Moreira, lançou hoje uma carta aberta convocando os filiados à entidade para uma assembleia geral que será realizada na terça-feira, 17, às 10 horas, na sede da entidade, na rua desembargador José Peregrino, 321, Centro de João Pessoa, para deliberar sobre os rumos da greve. Os policiais vão votar se acatam ou não a sugestão apresentada ontem pelo governador José Maranhão (PMDB) de suspender a greve por 30 dias até que ele elabore uma oferta definitiva para a categoria.
No texto, Flávio admite que a greve pode ser suspensa, mas diz: "Evitamos queimar “cartuchos” exatamente porque sabemos que esta greve pode durar meses e até mais de um ano".
Confira a íntegra do texto de Flávio Moreira:
"Carta aberta e convocação para assembléia geral
Caros companheiros,
chegamos hoje ao 25º dia de nossa greve, com unidade, dignidade, consciência e acima de tudo, com o apoio da sociedade paraibana, que apesar de sofrer as consequências do reduzido efetivo, entende a justiça de nossas reivindicações, percebe a intransigência do governo, a nossa vontade em negociar e mais ainda: tem certeza de que será a maior beneficiada com uma polícia civil forte, independente e cidadã. Uma polícia de todos. Ricos e pobres, brancos e negros, homens e mulheres, enfim, uma polícia do CIDADÃO e não dos governantes.
Flexibilizamos nossas propostas, abrimos mão de ganhos neste ano, entendendo uma situação financeira exposta, que certamente não é culpa nossa e muito menos do cidadão e sim de NOMEAÇÕES PARA CARGOS COMISSIONADOS, mas seria querer demais que a prática política em nosso Estado fosse modificada tão repentinamente.
Uma coisa é certa, os policiais civis paraibanos são hoje respeitados e admirados pela imensa maioria da população e nossa luta é reconhecida nacionalmente como uma das PC’s mais coesas, que conseguiu terminar com a pecha de “novos e antigos” e que hoje é uma só. Uma polícia que luta por salários exatamente por não ser corrupta e por ter sido considerada em recente pesquisa a 3ª mais eficiente do país.
Por tudo isso, temos um orgulho imenso em representar esta categoria e uma responsabilidade maior ainda! Na última reunião com o Governador Maranhão ficou uma interrogação no ar sobre este prazo de suspensão solicitado. Talvez por ver a força do movimento, o governo saiba hoje que precisa resolver em definitivo a questão e mais ainda que o desgaste de uma brincadeira com a categoria pode tomar proporções inimagináveis.
Vemos companheiros fazerem pertinentes comentários em nosso site, ouvimos outros na Praça, nos telefonemas, enfim, é uma pesquisa constante e que norteia a condução deste processo de forma inconteste. Esta é a diferença: sempre respeitaremos a decisão da maioria (que tem sido praticamente uníssona) e executaremos a decisão da maneira mais eficiente possível.
A população deve e pode continuar comentando em nosso site ( www.aspolpb.com.br ), pois a opinião do povo que hoje apóia e aprova o movimento é imprescindível para uma categoria que serve exatamente à sociedade, arriscando inclusive a sua própria vida, mesmo com tão minúsculo salário e sem as mínimas condições de trabalho. Não visualizamos até o presente momento NENHUM GOVERNO que demonstrasse real interesse em resolver a nossa questão, que é primordial para a segurança pública, pois qual o profissional que rende com as contas atrasadas e a geladeira vazia?
Por tudo isto, chegamos em um momento importante de nosso movimento e a presença maciça de todos para decidirmos os próximos rumos da mobilização na ASSEMBLÉIA DO DIA 17/11/2009, TERÇA FEIRA, ÀS 10h, é essencial para o sucesso do movimento. O empenho de todos é o segredo de nosso sucesso e neste momento, precisamos ouvir todos, pois PARTICIPAR ATIVAMENTE DAS DECISÕES É FUNÇÃO DE TODOS.
Portanto, aguardamos todos os companheiros, de todas as regionais, para decidirmos qual serão os nossos próximos passos. Mas algo precisa ser dito: quem apostar no enfraquecimento do movimento, por qualquer que seja o motivo, perderá a aposta. Seja continuando a paralisação ou suspendendo o movimento, ainda temos muita munição! Evitamos queimar “cartuchos” exatamente porque sabemos que esta greve pode durar meses e até mais de um ano.
Certeza temos de que podemos suspender ou não o movimento e voltaremos no momento em que desejarmos, pois hoje não existem dúvidas quanto a força e união de nossa categoria. Mais ainda, certamente polícia civil paralisada durante as festas de fim de ano não é boa coisa para ninguém, porém caso o governo insista em não ceder, este é o quadro que se desenha. E sem 30%.
Todos à assembléia, pois muito há para ser dito. Como sempre dizemos, melhor morrer lutando que viver como um covarde. E não aceitaremos esmolas, podem ter certeza. Forte abraço!
Flávio Moreira – Presidente da Aspol".