Um grupo de cerca de 30 professores de Bayeux invadiu, na tarde de ontem, a sede da Secretaria de Educação do município, na avenida Liberdade. A Prefeitura denuncia que, na ocasião do manifesto, pelo menos quatro funcionários foram agredidos, sendo que três mulheres tiveram que ser encaminhadas em uma viatura da Polícia Militar para o Hospital Materno Infantil. Entre elas estava Ivanita Gomes de Souza, de 64 anos, que é cardíaca e se sentiu mal.
Com cartazes e carro de som, os manifestantes se reuniram inicialmente em frente ao prédio da prefeitura do município e depois seguiram em protesto, interditando a avenida Liberdade, em direção à escola Edgar Seager, nas proximidades. Por volta das 15h, o grupo se dirigiu à Secretaria de Educação e um professor grevista impediu o acesso dos funcionários ao setor, agredindo-os. “Eles ficaram em frente à secretaria e um dos integrantes da manifestação bloqueou a porta principal. Quando tentei entrar, ele me agrediu. Foi quando começou o tumulto. Eles também tentaram destruir alguns equipamentos do local”, detalhou o servidor Josinaldo Honorato.
Uma das funcionárias agredidas, Severina Costa dos Santos, que também sofre por conta de complicações cardíacas, lamentou a iniciativa dos protestantes e classificou a ação como uma falta de respeito aos trabalhadores da secretaria. “Fui agredida moralmente, assim como diversas pessoas da Educação que presenciaram o fato, porém não tinham relação com as negociações. Muitos acabaram passando mal por conta da atitude desrespeitosa de uma minoria”, declarou a funcionária, que também foi levada ao hospital pelos policiais militares. Outra servidora que sofreu agressão foi Marta de Oliveira Souza, que foi submetida recentemente a uma cirurgia de angioplastia (coração).
Segundo a secretária de Educação de Bayeux, Madalena Araújo, a negociação com a categoria passou para a esfera judicial. “Não há condições de tratar com os professores nesse âmbito, já que eles decidiram tumultuar o caso, inclusive usando de agressão física, moral e psicológica aos nossos funcionários que nada tinham a ver com a discussão”, afirmou.
Ela acrescentou que a secretaria tentou articular um acordo, no entanto, os sindicalistas estavam irredutíveis. “Eles não querem negociar e sim desestabilizar a administração. Nós estivemos abertos para o diálogo, inclusive tivemos mais de cinco rodadas de negociação, de forma pacífica. Não podemos agir sob pressão e de forma irresponsável em assumir um compromisso que no momento não poderemos cumprir”, detalha.
Madalena disse ainda que a categoria foi beneficiada com um aumento de 10% sobre a Gead (Gratificação Específica de Atividade Docente), além de um reajuste salarial de 9%, concedido em janeiro deste ano e implantação do piso nacional do magistério, de acordo com a proporcionalidade prevista na lei federal. “Além disso, a folha está sendo paga rigorosamente em dia, o que mostra o interesse do prefeito Jota Júnior em melhorar a qualidade do ensino em Bayeux”, conclui.