Política, religião e direito. Estes foram os temas do debate, ocorrido na tarde desta sexta-feira (9), no Centro de Estudos Jurídicos e Sociais, promovido pela Academia Paraibana de Letras Jurídicas (APLJ). Para o painel foram convidados o vereador Lucas de Brito (Câmara dos Vereadores de João Pessoa), o padre Nilson Nunes, o pastor Ianco Cordeiro, a espírita Fátima Fontes e o acadêmico Josinaldo Malaquias.
Para o padre Nilson, a palavra chave dentro dessa discussão é tolerância. “A guerra no mundo é consequência da ausência da tolerância. O papa Francisco vem nos dando uma verdadeira lição do que é ter amor e respeito ao outro, independentemente de crença ou fé pessoal”.
O pastor Ianco complementou o raciocínio afirmando que o político deve pensar na humanidade, não como uma massa que conduz como quiser, mas como seres humanos, necessitados de respeito e dignidade.
O acadêmico Josinaldo Malaquias, membro da APLJ, defendeu que todas as religiões são importantes enquanto fundamento da ética, enquanto fator de tolerância e de gestão política.
Quanto à representatividade nos cargos políticos, surgiram dois argumentos. Um foi do presidente da APLJ, Ricardo Bezerra, que afirmou que o fato de haver maior representação entre católicos e evangélicos nas bancadas políticas se deve ao espaço ausente e à intolerância a outras religiões, como o espiritismo e o candomblé.
O segundo argumento foi do vereador Lucas de Brito, que acredita que a predominância de cristãos no meio político é um reflexo de uma população majoritariamente cristão no país. Quando questionado sobre a existência ou não de um Estado Laico, o parlamentar declarou que quanto ao ordenamento jurídico, o país já adquiriu o status.
“O estado majoritário é de tolerância religiosa. Os casos pontuais de intolerância o próprio Direito e o próprio Estado se encarregam de punir. Afinal, a ofensa à dignidade da pessoa humana e o desrespeito aos direitos do outro encontram no nosso ordenamento jurídico a necessária proteção”.
Por fim, a espírita Fátima Fontes ressaltou que um bom político não é definido por ser religioso ou não, e sim por ser ético, moral e eficiente para desempenhar o seu papel de forma justa, representando a sociedade e não grupos políticos ou pessoas específicas.
Também participaram do evento o desembargador Marcos Cavalcanti (representando o TJPB), acadêmicos, escritores e estudiosos. O evento foi aberto ao público.
Novidade – Ao fim da sessão, o acadêmico Boisbaudran Imperiano revelou que qualquer interessado poderá contribuir com as publicações da revista da APLJ a partir de 2018. “Estamos abrindo o edital para envio de artigos que poderão integrar a próxima edição da revista da Academia. Os interessados poderão entrar em contato através da fã page da APLJ nofacebook“.