Hoje é dia de paralisação para os 1.400 agentes da Polícia Civil da Paraíba. A mobilização integra um movimento nacional para pressionar o Congresso Nacional a aprovar o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 446 que fixa em R$ 3,5 mil o piso salarial nacional dos agentes das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros. Por causa da paralisação dos policiais, cerca de 8 mil processos e inquéritos policiais devem ser interrompidos, além de inviabilizar a emissão de boletins de ocorrência.
Apesar de se tratar de um movimento de âmbito nacional, o delegado geral da Polícia Civil, Canrobert Rodrigues, afirmou não ter sido informado a respeito da paralisação e admitiu proceder o corte de ponto de quem faltar ao trabalho nesta sexta-feira, 23.
Em tom de alerta, o presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira da Paraíba (Aspol), Flávio Moreira, declarou que esse pode ser o último aviso da categoria antes da deflagração de uma greve geral nacional. “Exigimos a rápida aprovação da matéria. A Câmara dos Deputados está há pelo menos dois meses nos enrolando e não analisa a questão. Isto não pode persistir”, destacou.
Ele explicou ainda que um prazo de mais uma semana será dado ao Poder Legislativo para que a PEC seja finalmente votada e que se isto não acontecer a greve será deflagrada. “Vamos esperar, mas já temos uma outra assembleia geral marcada para a semana que vem. Se não tivermos novidades, a greve poderá ser confirmada já neste próximo encontro”.
Contratações – O deputado Romero Rodrigues cobrou na Assembleia Legislativa da Paraíba a necessidade do Governo do Estado de contratar os concursados da Polícia Civil da Paraíba. Ele informou que tem recebido diversas correspondências dos concursados pedindo a intervenção a respeito da necessidade de cobrar do Governo providências, visando sensibilizar o Poder Público com referência a questão. Ele recebeu uma correspondência pedindo que continue apoiando os concursados e rogando a Deus que “o instrua a nos ajudar nessa jornada que já passa de um ano desde os nossos primeiros testes”.
O candidato classificado disse em sua correspondência que “o concurso vem se arrastando a mais de um ano. Só Deus mesmo para saber o tanto que estudamos, nos dedicamos, para passar nesse certame. Tivemos de nos desdobrar depois das provas escritas, para nos colocar em forma e passar no teste físico. Foram dias de muito sacrifício. Tivemos exame médico, depois psicotécnico, enfim, todas as fases foram desgastantes intelectual, física e emocionalmente. Abandonamos nosso lazer, o divertimento do fim de semana, abandonamos alguns até nosso próprio emprego para se dedicar aos estudos e treinos para a Polícia Civil. Para muitos, ser da Civil é um sonho de criança, para outros tantos é um futuro mais promissor em um cargo público com estabilidade, para outros mais se trata da possibilidade de formar uma família com o salário que receberemos entre outros ideais”.