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Podcast “Praia dos Ossos”: uma imersão no assassinato de Ângela Diniz

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Os meses de novembro e dezembro marcam os 16 dias de Ativismo contra a Violência de Gênero. A campanha começa no dia 25 de novembro (Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres) e segue até 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). Também em dezembro, uma outra data remete aos casos de feminicídio ocorridos no Brasil: o assassinato da socialite Ângela Diniz pelo empresário Doca Street.

Aproveitei o feriado de Nossa Senhora da Conceição, na quarta-feira passada, para dedicar parte do meu tempo à escuta do podcast “Praia dos Ossos”, que está disponível em vários aplicativos. Uma realização da Rádio Novelo (uma produtora de podcasts localizada no Rio de Janeiro), a minissérie “Praia dos Ossos” narra o assassinato de Ângela Diniz, em 1976, numa casa na Praia dos Ossos, em Búzios-RJ.

Idealizada e apresentada por Branca Vianna, a produção é um sucesso. Até julho deste ano, o podcast que trata do assassinato de Ângela pelo então namorado Doca Street somava mais de 2 milhões de downloads. Ao todo, o trabalho envolveu mais de 50 entrevistas, 80 horas de material gravado e milhares de páginas de bibliografia.

“Praia dos Ossos” começou a ser construído em janeiro de 2019 e está dividido em oito capítulos, cada um com cerca de uma hora de duração: 1. O crime da Praia dos Ossos; 2. O julgamento; 3. Ângela; 4. Três crimes; 5. A Pantera; 6. Doca; 7. Quem ama não mata; e 8. Rua Ângela Diniz.

Até a hora que finalizei esta coluna, havia ouvido os quatro primeiros episódios. Poderia ter avançado, mas tenho uma certa mania: quando escuto/vejo algo que me deixa intrigada, paro a transmissão e vou procurar detalhes na internet. Quero ver fotos antigas dos personagens e atuais (quando há), locais históricos, reportagens divulgadas sobre o tema, filmes, livros… e uma pesquisa leva à outra.

Comecei a ouvir ‘Praia dos Ossos” enquanto organizava e lavava roupas, depois passei para a arrumação da área de serviço e segui enquanto escrevia a coluna. Com produção caprichada, o podcast é um convite à imersão na história de feminicídio que até hoje choca o País. Branca Vianna conta uma história trágica, mas no tom certo. Pega o ouvinte pela mão e o conduz com esmero, capítulo a capítulo.

Como jornalista, sempre tenho uma certa dificuldade em encontrar equilíbrio entre trabalho e fruição quando estou assistindo à alguma produção. Foi assim também com “Praia dos Ossos”. Ao pesquisar um pouco sobre a idealizadora da série, Branca Vianna, encontrei uma entrevista dela (falando sobre podcasts), que reflete bem meu sentimento: “Sempre presto atenção na forma, processo, captação, roteiro, escrita, nos truques. Acaba sendo um trabalho, mas não me incomoda. Me interessa a mecânica do troço (risos)”.

Talvez também pela minha forma de me envolver com filmes, livros, séries, podcasts, eu tenha demorado para ouvir “Praia dos Ossos”. De ouvir falar, porém, eu já conhecia a minissérie. Em dezembro do ano passado, meu irmão Guto havia me enviado um link da coluna de Ancelmo Gois (em O Globo), perguntando se eu conhecia o podcast. Comentei que tinha lido algo a respeito, pois fora indicada em alguma newsletter que assino.
Como eu disse antes, a minissérie “Praia dos Ossos” é sucesso de audiência. E tem, de fato, todos os ingredientes para agradar aos ouvidos mais exigentes: excelência em roteiro, pesquisa, investigação, formato… É uma história sobre a morte de Ângela Diniz, mas também uma porta para dentro de nós mesmos. Para refletirmos sobre a sociedade que queremos. Para nos indignarmos a cada vez que uma mulher é assassinada apenas por ser mulher. Para pensarmos neste Brasil que tanto quer nos matar.

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