Referimo-nos às tarifas de transporte coletivo urbano, chamando a atenção de que em Poá, cidade paulista muitas vezes menor que a capital daquele estado (e só a 34 km desta), lá a passagem dos ônibus está em R$ 4,40, enquanto na “terra da garoa” custa R$ 4,30. “Como assim, se Poá é bem menor que a cidade de São Paulo?!”. Esta a pergunta que muitas pessoas tendem a fazer, tanto quanto fazem em relação à cidade de João Pessoa diante da mesma maior capital do país. São necessários, pois, alguns esclarecimentos a respeito.
As distâncias das viagens são, sim, bem consideráveis em um cálculo tarifário. Mas não correspondem ao peso maior para a definição do respectivo valor. Observe-se este exemplo de Poá: os ônibus são de mesmo padrão que os de São Paulo; as viagens são relativamente curtas, porquanto Poá, territorialmente, é umas 12 vezes menor que João Pessoa. Poá conta com uns 116 mil habitantes. JP com um pouco mais de 800 mil. E SP?!… A capital paulista passa dos 12 milhões de habitantes.
Saibamos todos, pois, que existem, para cada cidade, a tarifa técnica e a tarifa efetivamente cobrada aos passageiros. Em Poá a tarifa técnica está em R$ 4,40 e, como não há qualquer subsídio governamental, esse mesmo valor é cobrado aos passageiros. Em SP a tarifa técnica está em R$ 6,42 (sem direito a integração), mas ao passageiro é cobrado o preço de R$ 4,30, pelo que essa diferença de R$ 2,12 é bancada pelo governo. Quanto à cidade de Curitiba, referência modelo do transporte coletivo no Brasil, lá a tarifa técnica corresponde a R$ 4,79, havendo, portanto, um subsídio governamental de R$ 0,54 para que o passageiro só pague R$ 4,25.
Há bem mais elementos influenciadores em uma tarifa, claro, inclusive a quantidade média mensal de passageiros transportados! Mas… deixemos esses outros itens para um “depois”.