Cerca de seis viaturas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros instalados próximo a concentração do bloco Muriçocas do Miramar e na lateral dos camarotes tiveram os pneus furados na noite de ontem, pouco antes do desfile.
Também houve relatos de que dois trios elétricos tiveram os pneus secados.
A suspeita é de que policiais que participaram da paralisação da categoria ontem sejam os responsáveis, embora não haja confirmação de quem são realmente os suspeitos.
O desembargador Leandro dos Santos, do Tribunal de Justiça da Paraíba, acatou uma ação do Governo do Estado e, em caráter liminar, decretou a ilegalidade da mobilização dos profissionais de Segurança Pública, entendendo que a causa era de natureza urgente. “Declaro ILEGAL qualquer movimento de caráter paredista que envolvam as forças policiais do Estado da Paraíba, sejam paralisações ou deflagrações de greve”, assinalou o desembargador. Ele estipulou uma multa por dia em caso de descumprimento e marcou de forma excepcional, uma audiência de conciliação para o próximo dia 26 de fevereiro, as 9h, na sede do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.
Em sua decisão, o magistrado afirma que “causa espécie, não só a mim, mas a toda sociedade, que apenas no limiar de um período carnavalesco venham as categorias anunciar um movimento grevista, quando se diz que o ato omissivo do Executivo, frente às reivindicações dos policiais, remonta há algum tempo”.
Mesmo assim, Leandro afirma que reconhece o direito dos policiais lutarem por melhorias salariais : “Não posso deixar de registrar que não sou insensível à degradação salarial das polícias do Estado da Paraíba, notadamente da Polícia Militar, nos últimos anos, situada, como se diz, entre as piores do Brasil, realidade camuflada com penduricalhos que, por natureza, terminam gerando outro problema com aqueles da inatividade, considerando os efeitos restritos desse tipo de verba”.