O presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, propôs voto de aplauso a Francisco de Assis Cavalcanti, popularmente conhecido como o livreiro Assis. Com 78 anos, ele encerrou em 2017 as atividades que exerceu durante 32 anos no Fórum Cível da Capital. Ele acompanhou as mudanças de endereço da unidade judiciária e colecionou inúmeras amizades entre os profissionais de Direito que frequentavam sua Livraria Jurídica. O voto foi aprovado por unanimidade na sessão do Pleno dessa quarta-feira (10).
Durante a sessão, Márcio Murilo expôs a trajetória de vida do vendedor ao ler a crônica ‘O livreiro Assis’, de autoria do juiz Hermance Gomes Pereira. “Mesmo sem formação universitária, desenvolveu considerável cultura literária e jurídica, sempre estando apto a indicar obras e autores a quem indagasse. Foram 51 anos exercendo o nobre ofício de vendedor de livros”, destacou o presidente durante a leitura.
Crônica – O LIVREIRO ASSIS
Francisco de Assis Cavalcanti, o popular livreiro ASSIS , é paraibano de Alagoa Grande, nascido em 16 de junho de 1940. Há 57 anos é casado com Vilma Maria Vaz Cavalcanti, com quem teve seis filhos.
Assis sempre trabalhou como vendedor, tendo iniciado a vida profissional aos treze anos de idade, no Armazém da Borracha, em João Pessoa. Em 1966, mudou de ramo, decidindo trabalhar com sua grande paixão: os livros.
Mesmo sem formação universitária, desenvolveu considerável cultura literária e jurídica, sempre estando apto a indicar obras e autores a quem indagasse. Foram 51 anos exercendo o nobre ofício de vendedor de livros.
Iniciando como representante de grandes editoras, exercia a profissão visitando clientes , em diversas praças da Paraíba e dos vizinhos Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte. Em 1985, entretanto, estabeleceu-se no Fórum de João Pessoa, atual sede do Ministério Público do Estado.
Permaneceu no Fórum até 2017. Ao longo desses 32 anos, acompanhou as sucessivas mudanças de prédios: para o atual anexo do Tribunal de Justiça da Paraíba, e finalmente para o Fórum Cível, na Avenida João Machado.
Homem de fino trato, cultivou incontáveis amigos entre os profissionais do Direito, não perdendo o bom humor nem quando seu amado Clube de Regatas Vasco da Gama sofria repetidas derrotas nos campeonatos disputados.
Ir à Livraria de Assis nos finais de tarde, após o expediente, para ver os lançamentos, tomar um café, ou simplesmente trocar dois dedos de prosa com o próprio, virou hábito para muitos juízes e desembargadores: Antônio de Pádua Montenegro, Miguel de Britto Lyra , Hermance Gomes Pereira, Alexandre Targino , Aluízio Bezerra, Tércio Chaves Moura, entre outros.
Ao encerrar suas atividades, recebeu homenagem , na Diretoria do Fórum Cível, por iniciativa do seu Diretor, juiz Carlos Sarmento, através de lauto café da manhã, prestigiado por mais de 30 magistrados.
Autor: Hermance Gomes Pereira