No Brasil, a expressão “terminar em pizza” quer dizer que não deu em nada, não teve efeito prático. A CPI terminou em pizza, por exemplo, significa que ninguém foi culpado, que nenhuma solução para o problema surgiu.
Aqui na Paraíba, as pizzarias estão em alta e têm aproveitado situações políticas para gerar engajamento nas redes sociais e aumentar o faturamento no caixa.
A primeira a ganhar as manchetes nacionais e receber um processo no combo foi a Formaggio 43, que recebeu o presidente Jair Bolsonaro e convidados para um jantar no dia 5 de maio. Centenas de simpatizantes do “mito” se concentraram na frente do estabelecimento para saudá-lo, mas o restaurante acabou sendo processado pelo MPT. Isso porque surgiu uma denúncia de que o chefe de cozinha teria sido obrigado a provar antes a comida que seria destinada ao presidente como medida de segurança. O caso ainda está em investigação e caso seja procedente pode render punição à casa por assédio moral.
Mais recentemente, neste fim de semana, para ser mais exata, foi a vez da Autentica Pizzaria Lambreta viralizar. O restaurante criou uma promoção provocativa: deu 15% de desconto para os clientes que pedissem a opção “pau no mito”, numa referência jocosa ao sabor palmito e claro, também numa alfinetada na forma como o presidente brasileiro é tratado por seus eleitores. Foi a vez do MPF entrar na jogada e está investigando se a pizzaria estaria promovendo campanha antecipada para Lula. Temos que somar ao rol da Autêntica uma outra iniciativa política: para incentivar os jovens a tirarem o título de eleitor, ela distribuiu 40 pizzas grátis. Diz o proprietário, Tiago Ferreira, que o faturamento aumentou muito depois dessas polêmicas.
Nesta terça-feira, a Autêntica publicou uma espécie de manifesto em suas redes sociais e disse que ser engajada politicamente é um direito que lhe assiste e que não entende o motivo do fuzuê.
Mas, num país onde tudo termina em pizza, não será surpresa se os dois processos não derem em nada. É praticamente uma piada pronta.