O candidato conservador Sebastián Piñera e o ex-presidente Eduardo Frei devem disputar o segundo turno das eleições presidenciais no Chile, segundo resultado parcial divulgado pelo Ministério do Interior neste domingo. Com 59,9% das urnas apuradas, Piñera conta com 44,23% dos votos, enquanto Frei tem 30,50%.
Os candidatos esquerdistas Marco Enríquez-Ominami e Jorge Arrate obtiveram 19,39% e 5,84%, respectivamente.
As pesquisas de opinião antes da votação já indicavam que nenhum dos presidenciáveis seria capaz de superar a marca de 50% de votos válidos e evitar a realização de um segundo turno no dia 17 de janeiro.
"Todos nós sabemos que vai haver um segundo turno", disse a presidente chilena Michelle Bachelet ao depositar seu voto, em Santiago.
Candidatos – Segundo a enviada especial da BBC Mundo à capital chilena, Yolanda Valery, o dia de eleição foi marcado por um forte calor em várias regiões do país.
A polícia informou que deteve várias pessoas que pregavam o voto nulo ou que se negaram a atuar como mesários, mas a votação transcorreu sem grandes problemas.
O oposicionista conservador Sebastián Piñera, dono da companhia aérea Lan Chile e empresário do ramo de comunicações filiado ao partido Renovação Nacional, tem apostado em um discurso duro em prol da segurança.
Piñera, que foi derrotado em 2006 por Bachelet, também tem enfatizado seu perfil de homem de negócios para convencer os eleitores de que promoverá uma reativação da economia chilena, a uma taxa de 6% ao ano nos próximos quatro anos.
Se houver segundo turno, Piñera terá de enfrentar três outras forças de esquerda, que tentarão se unir e superar as disputas internas que as têm caracterizado até agora: Eduardo Frei, da frente governista de centro-esquerda Concertación, o independente e dissidente da base governista Marco Enriquez-Ominami, de apenas 36 anos, e Jorge Arrate, um veterano da esquerda que foi ministro do ex-presidente Salvador Allende nos anos 1970 e conta com o apoio do Partido Socialista chileno.
Se Piñera for eleito, será a primeira vez em 51 anos que os conservadores chegarão ao poder no Chile pela via eleitoral – a última vez foi através do golpe de Estado que colocou o general Augusto Pinochet no poder, em 1973.
BBC Brasil