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Pesquisa eleitoral e impacto na formação de opinião e decisão de voto

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As pesquisas de opinião, especialmente as eleitorais, têm gerado polêmicas desde o início de suas divulgações, iniciadas nos anos l950. Elas têm servido como parâmetro para partidos políticos e também para os eleitores quanto às chances de vitória do(s) candidato(s) de sua preferência. No Brasil, as pesquisas eleitorais se desenvolvem muito a partir dos anos l980, com o fim da ditadura militar e desde a primeira eleição presidencial pós-ditadura, em 1989. Diversos estudos têm analisado a sua influência e o impacto na formação da opinião e decisão do voto, sem que haja consenso em relação ao seu real significado. Que influencia, parece ser consensual, mas até que ponto é decisiva?

Mesmo considerando todos os questionamentos possíveis quanto aos seus usos e a forma como são feitas e a imprevisibilidade de todas as eleições, a mais recente pesquisa de intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro de 2018, publicada no jornal Folha de S. Paulo, no dia 10 de junho, feita pelo Instituto Datafolha pode ajudar a explicar o temor dos que, por distintas razões, detestam Lula: é que, mesmo preso, ele mantém a liderança em todas as pesquisas feitas até agora e esta apenas confirma as anteriores: ele vence todos os candidatos tanto no primeiro como num eventual segundo turno. Como disse o site 247 ao se referir aos resultados da pesquisa: “A popularidade do petista chega a ser incompreensível para a compreensão das mídias tradicionais, que não conseguem mais esconder a constatação factual”.

Por razões compreensíveis, o PT continua disposto a registrar a candidatura de Lula, mesmo preso e da possibilidade de veto imposto pela Lei da Ficha Limpa. Isto porque, apesar de todas as perseguições, de setores do judiciário e da grande mídia, Lula continua a liderar as pesquisas, em qualquer cenário. Na pesquisa anterior, do mesmo instituto, feita logo após a prisão de Lula (pesquisa entre os dias 11 e 13 de abril) ele liderava com 31% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro (15%), Marina Silva (10%) e Joaquim Barbosa (8%). Os demais com percentuais menores. Sem Lula na disputa, Marina (15%) empatava com Bolsonaro na margem de erro (15% e 17% respectivamente) e Lula venceria o segundo turno contra qualquer candidato.

Resultado de imagem para pesquisas eleitorais

Um mês depois, uma pesquisa do CNT/MDA, feita entre os dias 9 e 12 de maio de 2018, mostrava que Lula tinha o dobro das intenções em relação ao segundo lugar, Bolsonaro: 32,4% contra 16,7%. Nesta pesquisa, Marina Silva teve 8% e Ciro Gomes 5%. Numa simulação sem Lula, Bolsonaro teve 18% (o mesmo percentual, dentro da margem de erro), Marina subia três pontos (passava para 11%) e Ciro Gomes foi o que mais cresceu: quatro pontos, passando de 5% para 9%.

Na pesquisa divulgada no dia 10 de junho de 2018, um dado importante é que caso Lula seja impedido de concorrer, um candidato apoiado por ele tem 30% dos votos, bem maior do que o segundo lugar e 17% afirmaram que talvez o fizesse, totalizando 47% (os eventuais substitutos seriam Fernando Haddad e Jacques Wagner, que nesta pesquisa tem 1% das intenções de votos).

Jair Bolsonaro se mantém em segundo lugar com 17%, mas sem crescer (era 15% na anterior mas dentro da margem de erros) e sem Lula sobe apenas dois pontos, para 19%, também dentro da margem de erro. Marina Silva aparece como terceiro lugar, com 10% e cresce num cenário sem Lula: passa a 15%. Comparado a pesquisa do Datafolha anterior, Geraldo Alckmin se mantém (subiu um pouco de 6%. para 7%, ou seja, dentro da margem de erro e longe de representar ameaças aos que lideram as pesquisas), assim como Ciro Gomes, que passou de 5% para 6%, mas cresce para 10% sem Lula na disputa.

Alguns dados revelados pela pesquisa mais recente do Datafolha:

a) No cenário com Lula, 21% dos eleitores dizem ainda não ter candidato. Maior do que o segundo lugar, Bolsonaro que tem17% e Marina com 10%.

b) Na simulação de segundo turno, Lula venceria Alckmin (49% x 27%), Marina (46% x 31%) e Bolsonaro (49% x 32%). Sem Lula, Ciro tem empate técnico com Alckmin (32% x 31%); Alckmin e Bolsonaro também empatariam (33% x 33%) e Marina Silva venceria Bolsonaro (42% x 32%), Alckmin (42% x 27%) e Ciro (41% x 29%).

c) O apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a um candidato levaria 65% dos eleitores a rejeitá-lo e 92% de alguém indicado por Michel Temer.

d) Se Lula na disputa 33% disseram que votariam em branco ou anulariam o voto, quase a soma das intenções de votos em Bolsonaro e Marina Silva (19% e 15% respectivamente), ou seja, sem Lula, todos perdem para os sem candidatos.

Um dado relevante a ser destacado nas pesquisas é a liderança inconteste de Lula e o fato não menos relevante de que Bolsonaro, mesmo sem Lula na disputa não tem subido nas pesquisas, o que parece indicar que atingiu seu teto (no entanto, mantidos estes percentuais, deverá ir para um eventual segundo turno).

Esta será a primeira eleição presidencial realizada após o inicio da Lava Jato e que talvez tenha um enorme impacto nos resultados eleitorais. Em 2014, mesmo com voto obrigatório, mais de 38 milhões de aptos a votar ou se abstiveram, ou votaram nulo ou em branco.

Os dados das eleições suplementares para governador em Tocantins realizada no dia 3 de junho de 2018 talvez sirva de alerta: o somatório de votos em brancos, nulos e abstenções foram de 49%. Com o envolvimento de quase todos os partidos e centenas de parlamentares na Operação Lava Jato (mesmo com todos os possíveis questionamentos), implicando no aumento da descrença nos partidos e nos políticos em geral, é possível que os índices de abstenções, nulos e brancos, sejam maiores do que em 2014 e se isso acontecer o presidente (a) eleito (a) terá disputado em torno de 50% dos votos válidos, o que implica afirmar que mesmo vencendo, a maioria não votou no candidato eleito.

E quanto às pesquisas de intenção de voto, é senso comum a afirmativa segundo a qual as pesquisas refletem o momento. Este é o cenário atual, que pode mudar no decorrer do processo eleitoral, em especial quando se iniciar a campanha, especialmente no rádio e televisão, mas é importante salientar que, como mostram diversos estudos, a decisão do voto é complexa. No ato de votar há motivações políticas, psicológicas e econômicas, ou seja, o ato de votar não se limita a confirmar os resultados de pesquisas de opinião. Elas certamente influenciam, mas não determinam os seus resultados.

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